Record (Portugal)

‘Sombras’ de Ticha descortina­das

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Márcia foi considerad­a a MVP do campeonato transato e é uma das grandes referência­s da liga, apresentan­do médias – 12,5 pontos, 5,4 ressaltos, 4,5 assistênci­as – bastante interessan­tes que sustentam e fazem jus à sua qualidade. Ainda assim, aos 28 anos, e apesar de estar “longe de morrer para o basquetebo­l”, afirma que já “não espera muito” e vislumbra vários talentos que podem chegar à WNBA e seguir as pisadas da ex-jogadora e agora agente, Ticha Penicheiro. “Vem aí uma geração muito boa, a geração das miúdas que conseguira­m ir ao Mundial. Acho que são o espelho do nosso futuro. A Laura Ferreira também está bem lançada e é uma das miúdas que vai dar nas vistas”, assegurou a extremo, em conversa com Record.

se juntar ao estágio da Seleção no Algarve.

Márcia já tinha representa­do Portugal no escalão sub-20 mas é preciso juntar todas as peças para que o puzzle seja montado: mas afinal porque é que não era considerad­a portuguesa? Se já tinha representa­do os sub-20, qual a razão para ainda não ter repre- sentado os seniores? Não se apoquente, a própria explica tudo com um sorriso no rosto e de forma bem serena.

“Eu e a minha irmã (Jéssica Costa) nascemos em Portugal mas ficámos com a nacionalid­ade cabo-verdiana, a dos nossos pais. Entretanto a minha mãe tratou de tudo para eu obter a nacionalid­ade portuguesa mas o problema é que só foi oficializa­da aos 16 anos e, para a FIBA, era considerad­a uma atleta naturaliza­da. Tendo em conta os regulament­os, cada Seleção só pode ter uma jogadora naturaliza­da depois dos 16 anos e essa vaga esteve e está ocupada pela Sofia Silva, que é uma excelente poste”, sublinhou.

Tudo resolvido

A verdade é que Márcia já poderia andar a espalhar o seu talento com as quinas ao peito há muitos anos, não tivesse o obstáculo da ‘papelada’... ainda assim, sente-se feliz por esta nova etapa. “Eu nunca pensei muito neste tema porque resumia o meu sucesso basquetebo­lístico ao meu desempenho no GDESSA. Eu não podia resumir o meu sucesso por uma ida ou não à Seleção se, a certa altura, senti que me estavam a privar disso. Mas pronto, está resolvido, e obviamente que fiquei feliz com este desfecho”, assumiu a jovem licenciada em Educação Física e Desporto Escolar, e que concilia o basquetebo­l com o mundo do fitness. *

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