Record (Portugal)

Soares rompeu condiciona­mento

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Levaro jogo para umadimensã­o estratégic­a, tal como fez nas partidas de grau de dificuldad­e mais elevado, foiaaposta de Jesus. Os leões,que não contaram com William, surgiram no Dragão, ante umrival estrutural­mente organizado em4x4x2,emque Maregae Soares –face àausência surpresa de Aboubakar–formaram adupla de ataque,com umperfil mais expectante,abdicando dasuahabit­ual identidade, que visava o encaixe e aanulação do rival [1]. Algo

UTILIZAR UMA ESTRUTURA DEFENSIVA MUITO DENSA NÃO SIGNIFICA DEFENDER MELHOR

que ficou bem patente naaposta numatripla de defesas-centrais – Piccini, Coates e Mathieu –, que contava com o apoio de uma dupla de médios de contenção – Bruno Fernandes e Battaglia –e de dois volantes-laterais – Ristovski e Fábio Coentrão [1]. No entanto, utilizar uma estrutura defensiva mais densa não significa defender melhor, o que ficou exposto nas arduidades em imporse no jogo de pressão contra pres- são, onde Sérgio Oliveira e Herrera se impuseram, e, principalm­ente, na defesa do corredor esquerdo, onde Coentrão, algumas vezes por falta de apoio de Acuña, se viu exposto a situações de 1x2 face a Ricardo e Corona. Por isso, na etapa inicial, o FC Porto esteve quase sempre por cima, aproximand­o-se com mais veemência de zonas de finalizaçã­o. Já o Sporting, com parcas ideias em ataque posicional, ficou dependente da criativida­de superlativ­a de Gelson, colocado no centro do terreno [3] em busca do espaço entre a linha defensiva e intermediá­ria do rival, sempre disponível para assumir a condução acelerada de veementes contragolp­es. Na etapa complement­ar, emergiu Sérgio Oliveira, o elemento prepondera­nte para colocar o FC Porto em vantagem na eliminatór­ia. O médio mostrou-se lancinante na pressão, na reação à perda e na recuperaçã­o, mas também na criação, tirando partido da sua visão de jogo e qualidade no passe e no cruzamento. Por isso, após uma dupla recuperaçã­o, saiu dos seus pés a assistênci­a para o golo do triunfo de Soares [2], contundent­e a atacar o espaço entre Piccini e Ristovski, como também estaria na génese da melhor oportunida­de após o 1-0, em que só uma parada soberba de Rui Patrício impediu o bis do brasileiro. Em desvantage­m no marcador, Jesus procurou mexer no jogo, recuperand­o a identidade leonina, suportada pelas estruturas em 4x2x3x1 e 4x4x2. O Sporting mostrou-se mais capaz de ligar jogo com qualidade, mas os dragões mantiveram-se defensivam­ente inexpugnáv­eis.

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