Casos de polícia e outras ‘sirenes’
O BENFICA TEM MUITA COISA A REVER NO SENTIDO DA RECONQUISTA DA SUA REPUTAÇÃO E O SPORTING VIVE O SEU ‘MOMENTO ZEN’: UM PRESIDENTE ‘INFANTIL’ QUE USA O CLUBE COMO O SEU BRINQUEDO
Aguentou o líder, porque tinha de aguentar, aguentou os seus colaboradores mais fiéis, ficou mais frágil perante o exterior, perdendo poder, caiu na alçada do fair play financeiro e, na actualidade, é mais arrastado pelas circunstâncias externas do que propriamente por aquilo que consegue impor. E, neste particular, Sérgio Conceição vem evidenciando uma ‘componente política’ muito importante para o FC Porto, que extravasa em muito as suas competências técnico-desportivas.
Istoparadizerque ofutebole as dinâmicasdosclubesnãosão muitosensíveisaoreconhecimentodoerro. Nunca o foram e não creio que, no caso do Benfica, também o venham a ser. Há, todavia, na Luz, um ‘pecado capital’ que necessita de ser reparado –e esse tem a ver com a comunicação. O objectivo –já se viu –era proteger o presidente, a estrutura e os órgãos sociais do desgaste relativo a contactos da comunicação social, que colocam muitas vezes a nu as fragilidades e as limitações dos seus titulares. O tiro saiu pela culatra, porque entretanto o ‘país futebolístico’ descobriu que a ‘comunicação do Benfica’ tem um lado institucional muito bonitinho e respeitoso, mas tem um lado oficioso, selvagem e brutal, com uma coordenação superior, capaz de fazer corar a… Cicciolina. E esta parte, no mínimo, não pode continuar, porque essa já afectou – e muito – a imagem e a reputação do Benfica, que se queria colocar num plano de superioridade moral em relação aos seus adversários. Capturado pela estratégia, Vieira não estará, provavelmente, em condições de fazer a ‘limpeza’. E isso é inquietante. Porque vai depender muito do Ministério Público e de… Jonas.
3Aindaninguémformouaconvicção de que apresidênciade Bruno de Carvalho, no Sporting, sejaum‘caso de polícia’. O caso de Bruno de Carvalho tem, ao que pa- rece, outras motivações… ‘sirénicas’. E todas elas se relacionam com o seu ego e personalidade. De tanto querer ser protagonista, é ele o primeiro a esvaziar os seus próprios méritos. Não precisa de adversários. É ele o seu principal inimigo. Queixa-se dos outros, mas aquilo que ele se queixa nos outros é aquilo que projecta na sua atitude e comportamento. Diz que é ofendido mas é o primeiro a ofender. Critica os ‘heróis do teclado’, mas passa a vida a teclar. Pede união, mas é o primeiro a dividir e a desagregar. Tem uma propensão inusitada para a representação. Tem, até, traços de uma certa bipolaridade. Do nada, com a equipa de futebol a tentar aguentar-se na luta pelo título, conseguiu arranjar uma crise, em Alvalade. Porque não respira se não for o foco. Um caso de estudo num Sporting permanentemente martirizado. O Sporting também tem um problema de imagem e reputação para resolver. Gravíssimo.