Record (Portugal)

Mais três temas que são sempre quatro

ENTÃO BRUNO FERNANDES FAZ FALTA, O FEIRENSE RECUPERA A BOLA, O SPORTING MARCA E O VAR FAZ ‘REGRESSAR’ O JOGO AO LANCE DO MÉDIO LEONINO?

- Alexandre Pais Ex-Diretor Record

Apenas a três pontos da temida ‘linha de água’, ou mesmo a dois, caso o Estoril não perca hoje, o Belenenses é um dos sete clubes em luta pela permanênci­a na liga principal. Chegou a andar pela primeira metade da tabela no melhor período de Domingos Paciência, mas paga a fatura da incompetên­cia da SAD na gestão do plantel e na escolha de treinadore­s. Depois do excelente jogo contra o Benfica, no Restelo, os jogadores, envolvidos por um ambiente de ‘guerra civil’, parecem sentir ainda o golpe do golo do empate, no último minuto, e são agora uma sombra – mais uma das nuvens que escurecem o Restelo por motivos que os ultrapassa­m e que nos angustiam a nós, adeptos azuis. Estamos a pagar o erro de eleger direções ruinosas, como a que contratou quase 20 brasileiro­s de uma assentada, muitos deles autênticas anedotas.

Algumainst­abilidade devem igualmente causar aos jogadores do Sporting as polémicas

em que veem envolvido o clube, tão pouco estimulant­es têm sido as derradeira­s exibições. Ontem, enfim, dois golos – depois de zero ao FC Porto, em duas partidas, zero ao Estoril, um mais um ao V. Setúbal, igualmente em dois desafios, e um ao V. Guimarães – para uma vitória sofrida a que só a saída em falso do guarda-redes do Feirense, aos 78 minutos, abriu caminho. Com toda esta agitação, Bruno de Carvalho põe em risco a estabilida­de da equipa, embora se deva acrescenta­r que tem agora razão nos protestos pelo golo invalidado ao Sporting. Então Bruno Fernandes faz falta, o Feirense recupera a bola e quando se analisa a validade da jogada, ela ‘re- gressa’ ao lance do médio leonino? O VAR é um passo em frente no combate pela verdade desportiva, mas com a atual regulament­ação, ou com a interpreta­ção que dela se faz, não iremos longe.

Tive pena da saída de Miguel Layún do FC Porto.

Pela qualidade do mexicano e por ser a exceção à regra de sucesso na recuperaçã­o de jogadores levada a cabo por Sérgio Conceição e que o credencia como líder. Vou-me repetir: Aboubakar, Brahimi, Marega, Corona, Herrera e Diego Reyes foram apenas alguns dos craques ‘queimados’ por Nuno Espírito Santo e mandados para a prateleira ou para o exílio – uma desvaloriz­ação de ativos que o seu êxito no Wolves não fará esquecer. Espero que Layún se reabilite em Sevilha!

O parágrafo final vai para os Jogos Olímpicos de Inverno e

para o drama norueguês. Após o falhanço na qualificaç­ão de três das suas lendas, o biatleta OleEinar Bjørndalen e os esquiadore­s Petter Northug e Therese Johaug (esta afastada por doping), a Noruega deposita agora muitas das suas esperanças noutra estrela do cross-country na neve, Marit Bjørgen, 10 medalhas até Pyongyang. Aos 37 anos, ela conquistou já mais uma de prata, podendo ainda ganhar mais três ou quatro e tornar-se o atleta mais laureado em Jogos de inverno, batendo as 13 medalhas de... Bjørndalen. Até dia 25, estou de novo refém da TV. Sorte minha.

NO RESTELO, OS JOGADORES PAGAM PELO CLIMA DE ‘ GUERRA CIVIL’ QUE OS ENVOLVE

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