Record (Portugal)

SOARES FULMINANTE

BRASILEIRO BISOU, MAREGA E SÉRGIO OLIVEIRA TAMBÉM MARCARAM

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Sérgio Conceição não fez bluff quando avisou que a sua equipa estava completame­nte focada no jogo de Chaves para não perder embalo na liderança do campeonato, deixando para mais tarde o dossiê Liverpool. Os dragões assumiram uma postura séria na abordagem a um duelo que se esperava de elevada exigência e passaram com distinção num estádio onde ninguém ganhava desde agosto. O FC Porto foi fiel aos seus princípios e provou uma vez mais que o campeonato é o seu principal objetivo. Tal como havia acontecido nas anteriores jornadas que antecedera­m semanas europeias, Sérgio Conceição não poupou recursos e foi para cima do adversário com os jogadores que lhe da- vam mais garantias. Ricardo Pereira e Brahimi estavam nos limites das suas capacidade­s físicas e por isso não surpreende­u a decisão do técnico de os deixar no banco, lançando Maxi Pereira e Otávio. Este, sim, pode considerar-se uma surpresa, uma vez que ainda procura ritmo, depois de uma longa paragem.

Dentro das caracterís­ticas dos jogadores que lhe davam melhores sensações para este jogo, Sérgio Conceição fez ligeiros retoques no posicionam­ento de algumas peças. Manteve o modelo de dois médios-centro, mas daí para a frente baralhou o sistema defensi- vo montado por Luís Castro, surgindo com três jogadores nas costas de Soares. Marega entrava pela direita, Corona foi desviado para a esquerda e Otávio jogou onde mais gosta, ou seja, no corredor central. Foi a tirar partido dessa liberdade de movimentos que o brasileiro foi atrás recuperar a bola que acabou no fundo da baliza de António Filipe.

Uma jogada de envolvimen­to que fez sobressair novamente a qualidade de passe de Sérgio Oliveira e a frieza de Soares, dois jogadores que atravessam um grande momento de forma. Os dragões, mesmo cedendo a posse de bola ao Chaves, raramente lhe deram espaço para criar perigo em zonas próximas da baliza de José Sá. Matheus Pereira, aos 22’, arrancou um remate fortíssimo de fora da área correspond­ido com eficácia pelo guardião portista.

Autoridade

Uma reação que caiu por terra pouco depois, quando Soares deu o melhor seguimento a um cruzamento teleguiado de Maxi Pereira. Um rude golpe em termos anímicos na equipa de Luís Castro, que até ao intervalo teve mais uma situação flagrante para marcar, valendo a pronta intervençã­o de

Maxi e os reflexos de José Sá a evitar de novo o golo.

Com o jogo manietado a meiocampo, fruto de uma enorme pressão exercida sobre o portador da bola no Chaves, os portistas voltaram a entrar a todo o gás na segunda parte e chegaram ao terceiro golo com toda a naturalida­de num movimento de Otávio que desequilib­rou a defesa flaviense. Marega ascendeu ao topo dos me- lhores marcadores dos dragões no campeonato e o brasileiro deu sinais de que pode ser o grande reforço de inverno. Os dois foram os primeiros a ser substituíd­os e aí percebeu-se que Sérgio Conceição já estava a pensar no Liverpool. Mesmo a levantar ligeiramen­te o pé, o FC Porto ainda acertou nos ferros por duas vezes e fechou a tarde com mais um golo de belo efeito.

Equívocos

Se os dragões arrancaram uma exibição irrepreens­ível e os flavienses tudo fizeram para tentar contrariar essa superiorid­ade, o parente pobre deste jogo acabou por ser Artur Soares Dias. Entre vários erros, o árbitro deixou passar em claro uma falta de Maxi Pereira na área do FC Porto na parte inicial que poderia ter mexido com o decorrer do encontro.

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