O GRANDE EXÉRCITO ROUBOU A DIGNIDADE
Abel citou Napoleão, mas esqueceu-se que em França ainda há quem ataques em dó nem piedade
Um dia após António Salvador apontar os quartos-de-final da Liga Europa como objetivo da equipa, o Sp. Braga foi, literalmente, ‘esmagado’ pelo Marselha e, praticamente, disse adeus à competição da UEFA. Foram três os golos, sem resposta, mas poderiam ter sido muitos mais. Abel Ferreira citou Napoleão, antes do jogo, e ontem os gauleses fizeram jus ao grande exérci-
ARSENALISTAS NÃO FIZERAM UM ÚNICO REMATE NA 2ª PARTE E SÓ AS CINCO DEFESAS DE MATHEUS EVITARAM HUMILHAÇÃO MAIOR
to que espalhou o terror nos séculos XVIII e XIX.
A curiosidade era grande para saber como é que o treinador dos arsenalistas ia abordar esta 1ª mão e a verdade é que, pelo menos no papel, não desiludiu a ambição dos adeptos: manteve o 4x4x2 com a dupla de pontas-de-lança que tão boa resposta deram contra o V. Setúbal, para além das já previsíveis trocas de Raúl Silva por Rosic e de André Horta por Danilo. As tais boas intenções revelaram-se um tremendo erro, perante a qualidade por todos reconhecida de um adversário que tinha apenas uma derrota nos últimos 20 jogos. Este Marselha é (ou está) uma máquina de jogar futebol e aproveitou a superioridade numérica no meio-campo para fazer ‘gato-sapato’ da equipa portuguesa. Os gauleses foram sempre mais intensos, rápidos, versáteis, criativos e esclarecidos perante um rival perdido em campo. Aos erros de posicionamento seguiram-se falhas gritantes de marcação. O golo de Germain, logo ao minuto 4, foi apenas o primeiro sinal do que se seguiria: um massacre! Foram tantas as oportunidades do Marselha no primeiro tempo, que os guerreiros tinham de dar graças a Deus por estarem a perder apenas por uma bola ao intervalo.
Até para o ano
Matheus era o único que se salvava num desastre global. A precipita- ção no passe impedia a equipa de subir no terreno e de respirar. Aproveitava o Marselha para atacar com todas as suas forças e ‘matar’ já a eliminatória. Germain fez o segundo, Thauvin o terceito e outros mais podiam ter-se seguido. Nos 90 minutos, o Sp. Braga não ganhou nenhum canto e, na segunda parte, nem um remate conseguiu fazer. O jogo foi demasiado mau. A resposta é obrigatória já em Guimarães.