Record (Portugal)

“Sem dúvida esta é a Seleção do Ricardinho”

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Como se situa o treinador quando muitos olham para esta como a ‘Seleção de Ricardinho’ ? JB – De uma forma natural. Nunca tive problemas com isso. Esta é a Seleção do Ricardinho e muito bem, como é também a Seleção do João Matos e do Bebé e de todos os outros. O maior gosto que tive, na chegada ao aeroporto, foi ser o último a sair e ver o grupo dos jogadores todos a saltarem e a abraçarem as suas famílias. Não tenho problemas nenhuns em ser o último da fila. A minha visão de treinador sempre foi esta: nós treinamos para ajudar a potenciar quem joga. Eles, em última instância, é que vão estar nas decisões. Percebo que muita gente exagere no que é a figura do treinador. Sim, também é verdade que puxamos os ‘cordelinho­s’ para tudo funcionar, mas sem dúvida que esta é a Seleção do Ricardinho. Porque é um grande capitão. É o melhor do Mundo, porque faz as coisas simples como ninguém e faz das coisas difíceis, simples. É genial. Ele conhece o jogo como ninguém e, neste momento, é aquele capitão e o líder a quem eu estico o braço e digo ‘anda cá para me ajudar aqui’. Quem me dera ter muitos mais Ricardinho­s enquanto for treinador...

Quando ele caiu na final também sentiu a ‘colagem’ ao momento de Cristiano Ronaldo na conquista do Euro’2016?

JB – Sinceramen­te, não tive tempo para pensar nisso. É evidente que há ali uma comparação natural. O Ri- cardo só não esteve aos saltos lá a empurrar-me, porque estava na bancada e lesionado...

Onde se situa Portugal como Seleção, a partir de agora, até ao nível

“EVENTUAL ENTRADA DO FC PORTO SERIA MUITO INTERESSAN­TE E UM NOVO ‘BOOM’ DO FUTSAL EM PORTUGAL”

do campeonato que a alimenta? JB – Como Seleção, estamos obviamente no topo e temos de assumir isso sem problemas. Ainda por cima, com este título europeu agora conquistad­o. Como campeonato, temos o que é possível neste momento, com muitas equipas e dirigentes que fazem um grande esforço, e por isso é que fiz questão de dedicar este Europeu também ao que chamo a ‘família futsal’, porque todos dão o seu contributo. Obviamente, o ideal era termos um campeonato profission­al, mas estamos a dar passos nesse sentido.

Uma eventual entrada do FC Porto na Liga, juntando-se ao Benfica e ao Sporting, o que iria representa­r para o futsal?

JB – Seria um novo ‘boom’ do futsal em Portugal. Disso não tenho dúvidas. Isso seria muito interessan­te. Somos um país muito clubístico. O nosso campeonato tem crescido. Está mais competitiv­o e, dentro das dificuldad­es, nós conseguimo­s fazer coisas fantástica­s e temos sempre tendência a avaliar isso no sentido negativo. Mas isso também tem tendência a acabar. O FC Porto iria trazer coisas positivas e seria interessan­te para muitos jogadores do Norte do país ter essa referência. *

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