Record (Portugal)

“O meu pai diz que andei perdido”

- HUGO NEVES

Aos 27 anos, Pedro Eugénio parece ter descoberto outra qualidade: marcar golos com frequência. Lateral de formação, o futebolist­a português mudou de posição por sugestão do treinador Aleksandar Tomash ainda no Vereya e agora no Beroe, onde alinha a extremo. No domingo, fez um hat trick na goleada (1-4) em casa do Vereya e... até o pai, Eugénio, antigo defesa do Farense, já lhe manda ‘bocas’. “É uma surpresa para ele [risos], mas tanto ele como a família ficam contentes por me estar a dar tão bem aqui. O meu pai brinca com o facto de agora ser extremo, diz que andei perdido durante não sei quantos anos. E eu digo-lhe: ‘Se tivesses apostado em mim como extremo, já tinha ganho muito dinheiro... [risos]”, conta a Record o extremo do Beroe, que já leva 11 golos no campeonato – está a 1 de... Ronaldo na lista dos portuguese­s goleadores no estrangeir­o – e não quer ficar por aqui. “Quero ser melhor todos os dias e marcar mais até ao fim da época. Espero dar o salto no próximo verão, para um clube que lute pelo título no seu país, numa liga com maior visibilida­de. Aqui, o Ludogorets e o CSKA Sófia não dão hipótese. Tive ofertas neste mercado de inverno e uma até foi da

Filho de um antigo defesa do Farense dá cartas no ataque dos búlgaros e espera dar o ‘salto’ “EM 2013, STOICHKOV TREINAVA O LITEX E, NUM JOGO, DISSE QUE IA EXPULSAR-ME DO PAÍS. VEIO DEPOIS CUMPRIMENT­AR-ME...”

Liga portuguesa, mas as condições eram mais baixas”, explica. Na Bulgária desde 2012 – com exceção da época 2013/14 em que jogou no Farense –, Pedro Eugénio já está completame­nte adaptado ao país, onde viveu algumas histórias caricatas. Uma delas com o mítico Hristo Stoichkov à mistura. “Em 2013, ele treinava o Litex e eu jogava no Beroe. No jogo contra eles, estávamos uns 4 ou 5 portuguese­s no túnel e entrámos em discussão com ele. Eu só lhe disse para ele não falar comigo, gerouse uma confusão e ele disse que ia expulsar-me da Bulgária! Não falei mais com ele, mas depois veio ao balneário cumpriment­ar-nos. Não pediu desculpa, mas deu a entender que se tinha exaltado [risos]”, explicou. *

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