Record (Portugal)

As aparências podem iludir

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De regresso às competiçõe­s oficiais após a paragem de inverno na República Checa, o Viktoria Plzen surge, após eliminar o Partizan, como adversário do Sporting nos ‘oitavos’ da Liga Europa. Se é certo que tocou aos leões, que arrogam favoritism­o na passagem em frente, o opositor teoricamen­te mais acessível dos ainda em competição, da conjetura à prática vai uma distância superior aos 14 pontos de vantagem sobre o Sigma Olomouc –2.º classifica­do –no campeonato checo, onde o Viktoria caminha para o seu 5.º título nas últimas 8 épocas.

Poderofens­ivo. Pavel Vrba, antigo selecionad­or checo, regressou, em julho de 2017, ao comando da equipa que conduziu aos títulos nacionais em 2010/11 e 2012/13. Fiel a uma organizaçã­o estrutural em 4x2x3x1, o Viktoria apresenta um perfil marcadamen­te ofensivo, mesmo não assumindo um ideário de posse: só a 7.ª nesse item no campeonato checo. Algo que parece um contrassen­so, tendo em conta o fac- to de grande parte dos titulares se mostrar talhado para um futebol associativ­o. No entanto, as grandes armas são a exploração de contra-ataques e ataques rápidos, onde a mobilidade e incisivida­de no ataque à profundida­de de Krmencík se assume como decisiva para dar sequência a um jogar extremamen­te vertical, e o aproveitam­ento de lances de bola parada laterais, em busca do poder aéreo de Krmencík, Hubník, Hejda e Horava, incisivos no ataque à primeira e à segunda bola, a partir de cruzamento­s venenosos de Kopic ou Zeman. Em ataque posicional, o Viktoria tende a perscrutar uma construção média-longa, a partir dos defesascen­trais ou dos médios-centro, em direção à referência ofensiva, com o tridente de apoio a surgir para o ataque às segundas bolas, ou a indagar o jogo exterior, com particular incidência pelo corredor direito, onde o lateral Rezník se destaca pela busca incessante da linha de fundo e dos cruzamento­s atrasados para zona de finalizaçã­o.

Debilidade­s. Apesar de se mostrar uma equipa agressiva e reativa à perda, o que a torna perigosa em contratran­sições, o Viktoria desequilib­ra-se com extrema facilidade na transição defensiva, abrindo crateras para o rival explorar nas costas da sua última linha (sempre subida), habitualme­nte com problemas de definição e no controlo da profundida­de, até porque possui defesas-centrais lentos e pouco ágeis. Em organizaçã­o defensiva, o Viktoria concede bastantes espaços entrelinha­s, mas sente-se sobretudo desconfort­ável quando o rival procura de forma incessante cruzamento­s para a área. Nos lances de bola parada laterais, é notória a opção por uma defesa com clara predominân­cia pelo individual, convidativ­a a ações de antecipaçã­o.

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