CAMPEÃ OLÍMPICA AOS 15 ANOS
Alina Zagitova brilhou na patinagem artística e conquistou o primeiro ouro para... a Rússia
Não tem idade para conduzir, muito menos para beber álcool e se a encontrar na rua pode facilmente confundi-la com uma comum jovem estudante do ensino secundário, mas Alina Zagitova, de 15 anos, é a mais recente meninaprodígio do desporto mundial. A atleta russa nascida em maio de 2002, que em janeiro já havia conquistado o título europeu, fez ontem história ao vencer a medalha de ouro na competição de patinagem artística, tornando-se na mais jovem medalhada em PyeongChang e na segunda campeã olímpica mais precoce de sempre nesta disciplina, apenas
“ERA MUITA PRESSÃO... AS MINHAS MÃOS TREMIAM E EU SÓ CONSEGUIA PENSAR EM TODAS AS HORAS QUE TREINEI”, DISSE
batida pela norte-americana Tara Lipinski, que era cinco dias mais jovem quando venceu o ouro nos Jogos de Nagano’1998.
Na Coreia do Sul, Zagitova, a competir sob bandeira neutra, começou por vencer o programa curto, com novo recorde mundial, e ontem, no programa livre, manteve a vantagem trazida, ao obter precisamente a mesma nota que a sua compatriota, amiga e parceira de treinos, Evgenia Medvedeva, de 18 anos. A canadiana Kaetlyn Osmond ficou com o 3º lugar do pódio.
Numa final extremamente equilibrada, em que quase nada separou as duas amigas, a diferença acabou por fazer-se no detalhe de Zagitova ter feito a maior parte dos seus saltos na segunda metade do programa livre, o que vale, em cada elemento, 10 por cento extra de nota. Esse ‘bónus’ acabou por lhe valer a medalha de ouro. “Estou muito feliz. Estava muito nervosa porque toda a gente es-
perava que eu e a Evgenia vencêssemos. Era muito pressão sobre nós. As minhas mãos tremiam e eu só conseguia pensar em todas as horas que treinei para alcançar este objetivo”, confessou Zagito- va, antes de admitir a importância de ter em Medvedeva a sua principal rival. “Sabia que com ela a patinar como estava eu não teria qualquer margem de erro. Isso deu-me um misto de motivação extra e ansiedade. Mas consegui gerir tudo da melhor forma”, admitiu, visivelmente feliz. Esta foi a primeira medalha de ouro da Rússia nestes Jogos, ainda que sob bandeira independente. O pavilhão encheu-se de fãs russos, que levaram orgulhosamente as suas bandeiras, apesar de todos os escândalos de doping. *