O acordo Benfica-Jesus
ofensiva do Benfica sobre Jorge Jesus quando este decidiu trocar a Luz por Alvalade foi um dos ataques mais violentos de que há memória no futebol português. Um processo de 14 milhões de euros, o treinador literalmente apagado da conquista e até uma alegada troca de mensagens com jogadores rivais de que nunca se viram provas. Tudo porque o homem a quem Vieira não quis renovar contrato – decisão perfeitamente legítima e que se prendia não só com custos, mas também pela incapacidade de implementar uma nova ideia no Benfica, que tão bem assenta em Rui Vitória –, decidiu pensar pela sua própria cabeça. Vieira e Jorge Mendes tinham decidido que JJ iria retirar-se, com ordenado milionário, para as arábias. O técnico preferiu ficar perto de casa a ganhar pouco mais do que na Luz, com aumento que o Sporting teve de pagar. É ainda hoje o que mais admiro em Jesus. A coragem de dizer não aos dois homens que eram então os mais poderosos do futebol português.
Atrocaincendiou ainda mais uma relação que já era péssima entre águias e leões. Hoje o acordo é bom para ambos. O Benfica não passa pelo embaraço de uma acusação ridícula que à primeira nem foi aceite pelo sistema jurídico. Jesus poupa ver o seu nome novamente enxovalhado pela ‘comunicação’. No caso não a social. A outra. Vale bem um salário. Mesmo leonino.