UMA SENHORA REVIRAVOLTA
Dois golos do suspeito do costume e Rafa a selar o crime perfeito, depois de um valente susto. Vitória na raça reacende a luz do título
Uma 2º parte demolidora leva o Benfica para uma senhora reviravolta. É também uma vitória tirada muito da raça de uma equipa que conseguiu vergar um bom adversário, depois de apanhar um valente susto.
Os encarnados voltam a reacender a luz do título, mantendoa bem acesa ao fundo do túnel e colocando o FC Porto em constante estado de alerta, em função dos dois pontos que neste momento separam as águias destes rivais. Como é óbvio, nem tudo foram rosas, mas a forma como os jogadores, o grupo e o público festejaram o triunfo de ontem na Capital do Móvel diz muito da importância do momento, até pela forma como foi conseguido. Os dois golos de Jonas, aquele suspeito do costume, até chegaram tarde ao jogo, isto porque o domínio do Benfica na segunda metade foi de facto avassalador, quase não deixando respirar os jogadores do Paços de Ferreira, que raramente conseguiram profundidade no seu jogo. A ‘goleada’ de 18-1 em remates só no segundo período do jogo é um dado estatístico que diz muito do domínio dos visitantes, mas só quando Rui Vitória introduziu Jiménez na estratégia de sufoco e, mais tarde, ainda lhe juntou Seferovic é que a reviravolta foi confirmada. O golo de Rafa, já no tempo de compensações, surge aqui quase como apêndice, mas também acaba por ser justo para a exibição do extremo, funcionando também como uma espécie de crime perfeito num filme que começou por ser de elevado suspense para as hostes encarnadas.
Entrada a frio
A entrada do Benfica no jogo foi motivo de apreensão, mas também há que dar mérito aos castores, que aproveitaram bem um erro individual, no caso de Grimaldo, para abrir o marcador, num belo remate de Luiz Phellype a responder à rápida perfuração de Xavier pela direita. O golo intranquilizou os encarnados, com Pizzi a ter dificuldades para acelerar a circulação da bola e o jogo teve um período de verdadeiro ‘apagão’ dos homens de Rui Vitória. Não é por acaso que foi Luiz Phellype, aos 29 minutos, o seguinte a rematar a uma baliza, provando que os pacenses estavam a conseguir as suas intenções, tapando bem os caminhos para a baliza de Defendi. Aliás, só nos últimos cinco minutos da 1ª parte é que se voltou a ver o Benfica, com Jonas, Rafa,
André Almeida e Pizzi e conseguir quatro boas situações de remate da área, duas delas negadas pelas intervenções de Miguel Vieira.
Prenúncio do domínio
A ligeira reação pouco antes do intervalo teve o seu efeito depois dele, já que a entrada na 2º parte deu continuidade ao prenúncio do domínio encarnado. Logo aos 47’, Jonas não conseguiu completar mais uma boa jogada de Rafa pela direita e é a partir dos 60 minutos que os castores não conseguem sair do colete de forças em que estavam bem amarrados.
O Benfica continua a ganhar muitos cantos, remata de todos os lados, tenta entrar sempre pelas alas. Só não era o verdadeiro sufoco porque, diga-se, não havia grandes oportunidades a apontar, mas Jonas haveria de conseguir o empate, quase que por acaso, com a bola a ficar enrolada nos pés do brasileiro, após remate de Jiménez e ainda a bater no poste. O ponto de interrogação voltava ao jogo e um momento de desconcentração coletiva dos pacenses permite o passe de Seferovic que Jonas aproveita para confirmar a viragem. A quarta vitória consecutiva dos encarnados trouxe também a quarta derrota seguida dos castores. Passou-se assim. *