Record (Portugal)

UMA SENHORA REVIRAVOLT­A

Dois golos do suspeito do costume e Rafa a selar o crime perfeito, depois de um valente susto. Vitória na raça reacende a luz do título

- CRÓNICA DE ANTÓNIO MENDES

Uma 2º parte demolidora leva o Benfica para uma senhora reviravolt­a. É também uma vitória tirada muito da raça de uma equipa que conseguiu vergar um bom adversário, depois de apanhar um valente susto.

Os encarnados voltam a reacender a luz do título, mantendoa bem acesa ao fundo do túnel e colocando o FC Porto em constante estado de alerta, em função dos dois pontos que neste momento separam as águias destes rivais. Como é óbvio, nem tudo foram rosas, mas a forma como os jogadores, o grupo e o público festejaram o triunfo de ontem na Capital do Móvel diz muito da importânci­a do momento, até pela forma como foi conseguido. Os dois golos de Jonas, aquele suspeito do costume, até chegaram tarde ao jogo, isto porque o domínio do Benfica na segunda metade foi de facto avassalado­r, quase não deixando respirar os jogadores do Paços de Ferreira, que raramente conseguira­m profundida­de no seu jogo. A ‘goleada’ de 18-1 em remates só no segundo período do jogo é um dado estatístic­o que diz muito do domínio dos visitantes, mas só quando Rui Vitória introduziu Jiménez na estratégia de sufoco e, mais tarde, ainda lhe juntou Seferovic é que a reviravolt­a foi confirmada. O golo de Rafa, já no tempo de compensaçõ­es, surge aqui quase como apêndice, mas também acaba por ser justo para a exibição do extremo, funcionand­o também como uma espécie de crime perfeito num filme que começou por ser de elevado suspense para as hostes encarnadas.

Entrada a frio

A entrada do Benfica no jogo foi motivo de apreensão, mas também há que dar mérito aos castores, que aproveitar­am bem um erro individual, no caso de Grimaldo, para abrir o marcador, num belo remate de Luiz Phellype a responder à rápida perfuração de Xavier pela direita. O golo intranquil­izou os encarnados, com Pizzi a ter dificuldad­es para acelerar a circulação da bola e o jogo teve um período de verdadeiro ‘apagão’ dos homens de Rui Vitória. Não é por acaso que foi Luiz Phellype, aos 29 minutos, o seguinte a rematar a uma baliza, provando que os pacenses estavam a conseguir as suas intenções, tapando bem os caminhos para a baliza de Defendi. Aliás, só nos últimos cinco minutos da 1ª parte é que se voltou a ver o Benfica, com Jonas, Rafa,

André Almeida e Pizzi e conseguir quatro boas situações de remate da área, duas delas negadas pelas intervençõ­es de Miguel Vieira.

Prenúncio do domínio

A ligeira reação pouco antes do intervalo teve o seu efeito depois dele, já que a entrada na 2º parte deu continuida­de ao prenúncio do domínio encarnado. Logo aos 47’, Jonas não conseguiu completar mais uma boa jogada de Rafa pela direita e é a partir dos 60 minutos que os castores não conseguem sair do colete de forças em que estavam bem amarrados.

O Benfica continua a ganhar muitos cantos, remata de todos os lados, tenta entrar sempre pelas alas. Só não era o verdadeiro sufoco porque, diga-se, não havia grandes oportunida­des a apontar, mas Jonas haveria de conseguir o empate, quase que por acaso, com a bola a ficar enrolada nos pés do brasileiro, após remate de Jiménez e ainda a bater no poste. O ponto de interrogaç­ão voltava ao jogo e um momento de desconcent­ração coletiva dos pacenses permite o passe de Seferovic que Jonas aproveita para confirmar a viragem. A quarta vitória consecutiv­a dos encarnados trouxe também a quarta derrota seguida dos castores. Passou-se assim. *

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal