Jonas e Rafa abatem muralha
Asumptuosa capacidade de definição de Jonas e a criatividade acelerativa de Rafa a inventar espaços foram a chave para um triunfo contundente do Benfica na Mata Real. Ao contrário do que João Henriques previra, os encarnados foram incapazes de impor um ritmo forte no início da partida. Por demérito próprio, fruto da previsibilidade nos processos de construção, que impediram a entrada no bloco adversário e a chegada a zonas de finalização, e da pouca agressividade colocada
ÁGUIAS TORNARAM-SE MAIS AGRESSIVAS E COMEÇARAM A RECUPERAR A BOLA EM ZONAS MAIS ALTAS NA 2ª PARTE
nos duelos. Mas também por muito mérito dos castores, capazes de defender de forma curta e compacta, espraiados num bloco médio-baixo estruturado em 4x4x2, e sagazes a explorar o contragolpe, aproveitando as debilidades apresentadas pelo rival no momento de transição defensiva, sobretudo pelos corredores laterais. Aliás, foi a partir de uma perda de bola de Grimaldo [2] que se desenhou o tento inaugural, com Xavier a recuperar, a conduzir – superando Grimaldo e atraindo Jardel –e a oferecer a assistência a Luiz Phellype, hábil a anteciparse a Rúben Dias. Foram necessários 36 minutos –altura em que efetuou o primeiro remate enquadrado –para o despertador do Benfica tocar, o que desaguou num final de etapa inicial que foi o mote para uma segunda parte de sentido único. As águias tornaram-se muito mais agressivas e reativas à perda, conseguindo efetuar recuperações em zonas mais altas, o que impediu o Paços de sair para o ataque, e conseguiram impor velocidade e mobilidade nas suas ações ofensivas, o que permitiu a entrada no espaço entrelinhas e a chegada permanente a zonas de finalização. Contudo, o golo do empate não chegava, o que levou Rui Vitória, aos 59 minutos, a abdicar da organização estrutural em 4x1x4x1 para regressar ao 4x4x2 com Jiménez como referência ofensiva. O Benfica abdicou de um jogar mais conectivo, apostando todas as fichas num futebol direto, que encostou o rival às cordas, mas valeu uma sequência de remates bloqueados dada a elevada densidade de jogadores na área pacense. Seria uma contratransição pun- gente protagonizada por Rafa [3], arguto a aproveitar um péssimo passe de Assis, a abrir o caminho para a reviravolta, que teve prolongamento na capacidade para ferir o adversário através de uma construção longa, já com Seferovic em campo. Foi assim que se desenharam o segundo –passe longo de Rúben Dias [1] com Jiménez a ganhar a primeira bola, antes de Seferovic oferecer uma assistência requintada a Jonas –e o terceiro –Rafa veemente a atacar as costas da defesa rival, após desvio aéreo de Jiménez, na sequência de uma bola longa de Bruno Varela –do Benfica.