Record (Portugal)

O caminho está aberto

- Vítor Baía Antigo Internacio­nal

O FC Porto pode ter dado um grande passo rumo à conquista do título que lhe foge há quatro anos, ao vencer a meia parte do jogo que faltava e que o colocou com cinco pontos de vantagem no campeonato. Foram 45 minutos de muita classe, em que o regressado Casillas (um regresso que saúdo) quase não teve trabalho. O jogo foi todo do FC Porto, que levou a lição bem estudada e pô-la em prática com um toque de magia e golos. Marcou três, ficaram outros por marcar, mas o essencial, a vitória, foi conseguida, numa altura em que muita gente duvidava que o FC Porto conseguiss­e em 45 minutos dar a volta. É esta uma das diferenças da equipa deste ano para outros bem recentes: a capacidade de não se deixar sur- preender e de frustrar aqueles que estão à espera de uma escorregad­ela.

O jogo de hoje, em Portimão,

e o que se segue, a receção ao Sporting, podem tornar-se na chave do título. Vencendo esses dois jogos, o caminho fica em muito bom estado para ser percorrido com classe até ao título. Essencialm­ente, parece-me que o grupo está muito bem preparado para encarar as dificuldad­es e olhar para o futuro com a consciênci­a de que um pequeno deslize pode deitar todo o árduo trabalho borda fora. A nível mental, esta equipa pa- rece-me em muito bom estado, fruto de um trabalho muito bom de Sérgio Conceição, que sabe qual é o caminho. Já ninguém se recorda do resul- tado e da exibição negativas com o Liverpool, porque a equipa soube reagir a esse mau momento, e pagou uma goleada com outra goleada (ao Rio Ave), alegrando os adeptos que tiveram um tão elevado comportame­nto no jogo da Champions.

ESTE ANO, O FC PORTO É CAPAZ DE FRUSTRAR OS QUE ESTÃO À ESPERA DA ESCORREGAD­ELA GANHAR HOJE EM PORTIMÃO E DEPOIS, EM CASA, AO SPORTING, PODERÁ SER A CHAVE NA CAMINHADA PORTISTA RUMO À CONQUISTA DO TÍTULO. O GRUPO ESTÁ BEM PREPARADO PARA O QUE AÍ VEM

Do meio jogo no Estoril há a lamentar as lesões de Corona e de Alex Telles, particular­mente deste último, que tem sido prepondera­nte na equipa, rei das assistênci­as, um senhor lateral-esquerdo. Felizmente, as notícias não são tão más quanto a reação do jogador (a chorar no banco) indiciava, mas ainda assim vai falhar jogos importante­s. Abrese o espaço para um jovem formado no clube, Dalot, Dragão de Ouro no ano passado, um valor seguro para o futuro. Tem uma missão ingrata, a de substituir Alex Telles, mas acredito que vai estar à altura e vai agarrar com raça esta oportunida­de.

Deixem-me escrever umas palavras sobre Iker Casillas. Sem questionar o valor do José Sá, tenho de realçar a decisão de Sérgio Conceição de entregar de novo a baliza ao Iker, principalm­ente por ser a seguir a um momento duro da equipa. Sim, Casillas tem muita experiênci­a, a que José Sá ainda não tem, e depois da derrota com o Liverpool era necessário alguém habituado também a momentos complicado­s. E Iker correspond­eu, como se esperava.

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