Desafiar a estatística
Existem vários assuntos que podem funcionar como fatores limitadores da performance de um jogador ou de uma equipa. Um dos que aparece mais vezes nas minhas sessões de coaching é a ESTATÍSTICA. Dar demasiada atenção a dados estatísticos não traz grande vantagem quando se trata de melhorar a performance desportiva. Por um lado, se a estatística diz que as probabilidades não estão a nosso favor – por exemplo, quando uma equipa não ganha em determinado campo há alguns anos – isso pode projetar os jogadores para um local onde não têm grande acesso aos recursos de que necessitam para obter os resultados que pretendem. É como se o destino já tivesse traçado. Por outro lado, se a estatística nos favorece, isso pode levar a facilitar na preparação física e mental do jogo. Todas estas situações têm o outro lado da moeda: da mesma forma que as estatísticas ajudam a prever probabilidades, também podem a falhar redondamente e dar lugar às exceções.
O trabalho que faço com jogadores em Alta Performance centra-se no poder que o jogador ou a equipa têm para muitas vezes contrariar as estatísticas. Não significa que as estatísticas não sirvam para nos dar uma ideia daquilo que foi o passado, bem como probabilidades futuras, significa que não é no passado que estão os resultados que pretendemos atingir, sendo por isso inútil colocar lá a nossa atenção. Tenho uma certa atração por objetivos que contrariam as estatísticas, por probabilidades mínimas face ao histórico, pois é precisamente aí que está a magia do futebol, na surpresa, na superação, em fazer aquilo que poucos acreditam ser possível.
Na hora de olhar para as estatísticas, ficam aqui conselhos:
- SE SÃO ATEUFAVOR, aproveita a motivação e prepara-te como se os dados estatísticos mostrassem exa-
CONTRIBUI EM NADA PARA OS RESULTADOS QUE QUEREMOS
tamente o contrário para evitar excessos de confiança. - SE NÃO SÃO ATEUFAVOR, lembra-te que os dados passados não são garantia de resultados futuros e que estás a um jogo de mudar a história. O resultado tem mais que ver com o que vais fazer dentro de campo do que com qualquer resultado que já não podes alterar. Mantém o foco naquilo que queres que aconteça e como o vais fazer acontecer, deixa as estatísticas para quem gosta de analisar eventos passados, pois a tua função é participar na construção do futuro.