ÍLHAVO HOMENAGEIA HERÓIS
Sonho do Illiabum prolonga-se mas atletas não esquecem o custo da conquista da Taça
Dentro de alguns anos, quando se estiver a recordar a conquista que o Illiabum alcançou no domingo, ao vencer a primeira Taça de Portugal do seu historial, será da alegria dos jogadores, da festa dos adeptos e do inesperado do triunfo diante do todo-poderoso Benfica que quase todos se vão lembrar. Mas se uma conquista desta importância é feita de alegria, festa e sorrisos, por detrás há, muitas vezes, histórias de superação que se perdem na bruma da memória de todos, exceto daqueles que a viveram.
E é por isso que as palavras de Marko Loncovic, ontem, a Record, ganham maior relevância. Num momento que podia ser apenas de festa, o jogador nascido em Montenegro fez questão de salientar aquilo que só quem está por dentro sabe. “Esta vitória tem um sabor ainda mais especial pelas dificuldades que temos tido ao longo da balho mesmo. Fizemos história no clube e nesta cidade, mas quem dá mais valor a esta conquista somos nós, os jogadores, que sabemos as dificuldades por que passámos para ganhar este troféu com três estrangeiros e quatro putos.” A mesma ideia é partilhada por Augusto Sobrinho, capitão de equipa, que assumiu “um sentimento de enorme orgulho ter levantado a Taça”. “Orgulho, principalmente, desta equipa de jo- vens, mas de caráter forte, que nunca deixaram o clube quebrar”, elogia o jogador, que venceu a prova pela quarta vez, depois de três conquistas pelo FC Porto. Quem também mereceu palavras sentidas do capitão dos ilhavenses foi o homem que liderou a formação e que “foi enorme”: “Foi ele que nos fez acreditar, levou-nos ao limite das nossas capacidades, o que deu este resultado.”
Quanto ao técnico, apesar do “ar de mauzão que gosta de dar”, palavras de Augusto Sobrinho durante a homenagem que a Câmara de Ílhavo prestou ontem à equipa [ver texto ao lado], era um homem satisfeito. “Acho que ainda não temos a perceção do que conseguimos”, notou, assumindo que este seu primeiro título como treinador em Portugal o marcou, “principalmente pela forma como as pessoas sentiram a vitória e como agradeceram por ela”. *