Record (Portugal)

“Jamais esquecerei esses momentos”

- RUI DIAS

DA HOLANDA NO EURO’2004 E NO MUNDIAL’2006 A Laranja Mecânica de 2004 era uma “equipa de sonho”; o jogo de 2006 foi “uma batalha campal”

De entre as grandes potências mundiais dos últimos 40 anos, é com a Holanda que Portugal tem melhores resultados – em 12 jogos, a Seleção Nacional apresenta um saldo de sete vitórias, quatro empates e apenas uma derrota, em outubro de 1991, que valeu a eliminação do Euro’92. Feita a história aos confrontos entre as equipas, um nome sobressai: Maniche, o médio goleador, que colocou Portugal na final do Euro’2004 e eliminou a Holanda no Mundial’2006, num jogo de grande intensidad­e, marcado por nove cartões amarelos e quatro expulsões. Maniche recorda o golo do Europeu, em Alvalade, como um dos melhores de sempre: “Recordo-o pela importânci­a que teve, pois permitiu-nos fazer o 2-0, mas também pela beleza do lance – foi um grande golo, sobre o qual ainda hoje me falam no estrangeir­o.” Sobre o jogo, recorda a qualidade do adversário: “A Holanda de 2004 era uma equipa de sonho. E não era apenas o onze mas todos os elementos do grupo”. “Marquei e, perto do fim, fui substituíd­o pelo Fernando Couto, razão pela qual assisti aos últimos minutos do jogo no banco”, afirma, para salientar o clima de grande tensão depois do autogolo de Jorge Andrade: “Quando o jogo acabou, entrámos em êxtase. Jamais esquecerei esses momentos que antecedera­m a final do Europeu.”

Em relação ao Mundial’2006, começa por dizer que “o golo não foi tão bonito”, para depois salientar a sua importânci­a: “O resultado foi 1-0 e isso tem muito significad­o, mais ainda num jogo especial, envolvido numa espécie de batalha campal, com nove amarelos e quatro expulsões.” Maniche lembra ainda as palavras de Scolari antes do confronto: “Ele chamou-me a atenção para o facto de o árbitro ser russo (Valentim Ivanov) e de eu, na altura, jogar no Dínamo Moscovo. Disseme para ter cuidado, porque podia haver má vontade dele”. “De resto, guardo as memórias de um jogo tremendo, marcado pela lesão prematura do Cristiano (n.d.r.: entrada assassina de Boulahrouz, central que viria a jogar no Sporting), pelo golo que marquei aos 24 minutos e, depois, pelo desvario do árbitro que perdeu o controlo dos acontecime­ntos e desatou a mostrar cartões até estragar o jogo por completo”, afirma, para enaltecer a exibição portuguesa, “feita de entreajuda, compromiss­o, união, caráter…”. Em conclusão, um jogo que “permanecer­á para sempre nas minhas melhores recordaçõe­s”. *

 ??  ?? CERTEIRO. O tiro que fez a Seleção sonhar no Mundial e a festa do golo que valeu a final do Euro’2004
CERTEIRO. O tiro que fez a Seleção sonhar no Mundial e a festa do golo que valeu a final do Euro’2004
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