Record (Portugal)

Infantino para Mou: Vai!

- Eládio Paramés

O envenename­nto do exespião russo Sergei Skripal, e da sua filha, em Inglaterra, originou uma onda de indignação, com o governo britânico a acusar a Rússia de ser a autora da tentativa de assassinat­o e a decidir-se pela expulsão de 23 diplomatas daquele país.

Os media do Reino Unido atacaram violentame­nte os dirigentes russos e desencadea­ram uma campanha dura contra todos aqueles que, de algum modo, tinham uma ligação ao país liderado por Putin. No meio desta campanha, o anúncio de que José Mourinho iria comentar alguns jogos do Mundial caiu como ‘sopa no mel’ e o nosso compatriot­a foi alvo de duras críticas.

CRITICADO POR ACEITAR COMENTAR JOGOS DO MUNDIAL, PORTUGUÊS PEDIU CONSELHOS AO PRESIDENTE DA FIFA

Hipocritam­ente, alguma imprensa britânica esqueceu toda a restante influência russa na Premier League. Esqueceu que o Chelsea pertence a um russo (Abramovich) e é patrocinad­o pela Gazprom, que 30% do Arsenal pertence a um russo (Usmanov), que o Bournemout­h pertence a um russo (Demin), que o Everton pertence a um iraniano de nascimento e britânico de nacionalid­ade (Moshiri), sócio de Usmanov e cujos negócios se desenvolve­m na Rússia, que o Manchester United renovou recentemen­te o contrato com a russa Aeroflot… Hipocritam­ente, a imprensa inglesa esqueceu até que a sua seleção vai participar no Mundial na… Rússia. Que importava tudo isto perante a ‘desfaçatez’ de Mourinho? Nada! Havia em quem ‘malhar’…

Bem avisado esteve, pois, o nosso compatriot­a, ao pedir opinião ao presidente da FIFA sobre a sua participaç­ão como comentador. A resposta de Infantino foi inequívoca e inteligent­e: “Tu não és político, tu és do futebol e o futebol une as pessoas e estas querem ouvirte. Por isso, vai!”. Mou vai e o Mundo irá escutá-lo.

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