Record (Portugal)

A LUTA CONTINUA EM TERRA

- JOSÉ MORGADO

Rafael Nadal vai voltar ao n.º 1 mas Federer pode recuperar esse posto sentado... no sofá

O sistema pontual do ténis oferece-nos, de vez em quando, situações curiosas, como aquela que vai acontecer na próxima segunda-feira, quando Roger Federer, o grande dominador deste início de época – campeão do Open da Austrália, Roterdão e ainda finalista em Indian Wells – perder a liderança do ranking ATP para Rafael Nadal, que não compete desde janeiro devido a lesão. Federer, que entrou em Miami com 290 pontos de vantagem sobre Nadal no ranking ATP, não conseguiu defender o título e os 1.000 pontos somados na Florida em 2017, ao cair logo no seu primeiro encontro (2ª ronda) da edição deste ano, às mãos de Thanasi Kokkinakis (175º ATP). Perante este cenário, vai ser ultrapassa­do por Nadal, que assistiu a toda esta situação... em casa.

“Não estou nada preocupado com o nº 1. Voltar ao topo do ranking, aos 36 anos, foi importante, pela forma como tudo aconteceu, mas mantê-lo não é um prioridade”, assegurou Federer, recordista de semanas no topo do ranking ATP, com 310.

CADA (POSSÍVEL) DERROTA DO ESPANHOL DURANTE A ÉPOCA DE TERRA BATIDA PODE SIGNIFICAR PERDA DA LIDERANÇA

Papéis invertem-se

A partir de meados de abril, os papéis invertem-se. Roger Federer, que não jogou qualquer torneio em terra batida no ano passado (e que por isso não defende qualquer ponto), voltará a não competir em no pó de tijolo em 2018, mas esse facto não o impede de poder recuperar a liderança do ranking nas próximas semanas.

É que Rafael Nadal, que na segunda-feira somará apenas mais 100 pontos do que Federer, defende 4.680 durante os dois meses de terra batida – mais de metade do seu total de pontos –, o que o coloca numa situação de pressão constante sempre que sobe ao court. Em termos práticos, qualquer derrota de Rafael Nadal num dos seus três primeiros torneios de terra batida em 2018 (Monte Carlo, Barcelona e Madrid) significar­á o regresso automático de Federer ao posto de nº 1 ATP. O suíço, que só volta a jogar em junho, assistirá a tudo na TV. Entretanto, Juan Martín del Potro, outra das grandes figuras de 2018, que promete lutar pelas primeiras posições do ranking, também não está seguro do número de torneios que vai disputar durante a terra batida. “Vou tentar estar pronto para a terra batida, pelo menos para Roland Garros”, assumiu o argentino de 29 anos, que em 2017 passou pelo Millennium Estoril Open. Este ano, o regresso parece difícil de acontecer. *

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DE OLHO NO TOPO. Federer e Nadal prosseguem disputa

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