BOICOTE DIPLOMÁTICO
Gary Kasparov, excampeão russo, apela à ausência de governantes na prova em junho
Gary Kasparov, ex-campeão mundial de xadrez e que nos últimos anos tem feito oposição ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu ontem um boicote diplomático ao Campeonato do Mundo de futebol da Rússia, em junho. “Neguemos a Putin a confirmação e a glória que tanto deseja, mantendo longe do Mundial os representantes dos governos”, escreveu, num artigo no jornal alemão ‘Frankfurter Allegemeine Zeitung’. Segundo Kasparov, a Rússia ocupou a península ucraniana da Crimeia em março de 2014 depois de os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi lhe terem dado motivação extra, por isso evitar que reforce a sua confiança no Mundial de futebol não seria só um ato simbólico. “É uma maneira de mostrar a Putin que o Mundo está atento e que no futuro os ataques russos só serão tolerados em campo”, acrescentou o xadrezista, que defende um boicote político, não desportivo. Recorde-se que após o envenenamento do ex-espião Serguei Skripal, o Reino Unido encetou uma política de retaliação, decidindo que não haverá representação britânica, por parte da realeza, no Mundial, e o governo da Islândia anunciou na semana passada que também não enviará representantes à competição. Por sua vez, o presidente polaco, Andrzej Duda, avisou que não irá ao jogo inaugural. *