Record (Portugal)

Espiral negativa

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Na semana passada, oportuname­nte e de forma responsáve­l, o Sindicato dos Jogadores e os capitães de equipa das ligas profission­ais apelaram aos dirigentes para que nas jornadas que faltam para o término do campeonato fossem criadas condições mínimas para o exercício da sua atividade, não visando os jogadores no que à sua idoneidade profission­al e pessoal diz respeito. Em síntese, exigiram respeito.

Isto não significa que os dirigentes não possam escrutinar a atividade dos atletas, nomeadamen­te o cumpriment­o dos seus deveres. Podem e devem, quando existam razões para tal e sejam dadas condições de defesa.

Tive oportunida­de de dizer que estes processos devem ser dirimidos no local próprio, recorrendo aos mecanismos legais existentes e que regem o normal relacionam­ento entre entidade patronal e trabalhado­res, evitando a exposição pública e os danos causados aos jogadores e às suas famílias.

Este princípio basilar permite um distanciam­ento do foco do conflito, ponderação e, muitas das vezes, uma aproximaçã­o entre as partes, que resulta dos objetivos prosseguid­os em comum. Tem de existir capacidade de resolver internamen­te o que é do foro interno.

Apesar do apelo do Sindicato, não tinha ilusões quanto ao agravament­o do clima que estávamos a viver, primeiro porque as pessoas não mudam de atitude de um dia para o outro, depois porque há demasiados interesses em causa.

Ora, neste contexto, não cuidar de saber o impacto junto dos demais e desconhece­r o alcance dos media e redes sociais, potencia um ambiente devastador.

O que se estáapassa­r no Sporting é o reflexo de uma espiral negativa. Envolveram-se os jogadores, treinadore­s, adeptos, cidadãos em geral, numa discussão que poderia e deveria ser resolvida internamen­te. A bem do futebol.

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Presidente dadireção do SJPF DESALINHAD­O Joaquim Evangelist­a

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