Superioridade tática
Jorge Jesus mudou o sistema do Sporting e com isso surpreendeu taticamente um Atlético que andou demasiado tempo perdido na noite de ontem em Alvalade. Adesvantagem trazida de Madrid acabou por ser fatal, todavia. Asuperioridade leonina teve muito a ver com a forma como Jorge Jesus preparou estrategicamente a sua equipa para ‘encaixar’ no adversário, logo na primeira fase ofensiva. Na construção, a proximidade entre os três
BRYAN RUIZ LIGOU O JOGO E CONTRIBUIU PARA QUE O SPORTING SAÍSSE SEMPRE DE FORMA INTELIGENTE
centrais (Coates, André Pinto e Mathieu, posteriormente Petrovic), e os dois médios-centro (Battaglia e Bryan Ruiz, depois Bruno Fernandes), criaram superioridade numérica na saída para o ataque dos leões [3]. Foi sempre fácil para o Sporting ultrapassar a primeira linha defensiva do Atlético e de seguida atrair os elementos da segunda linha dos espanhóis, para entrar pela estru- tura adversária, obrigando a equipa de Simeone a baixar linhas, porque a pressão foi completamente incipiente.
Com construção bem resolvida, a dinâmica ofensiva leonina manteve a presença de Gelson e de Bruno Fernandes ao redor do seu ponta-de-lança, Montero, na noite de ontem, enquanto Ristovski e Acuña deram largura nos corredores laterais [1] e somente nas zonas de criação os jogadores leoninos sentiram maior desconforto, pela presença e qualidade das duas linhas mais recuadas do Atlético. Defensivamente foi um Sporting também extremamente bem preparado quer no seu momento de pressão, onde adiantou Gelson e Bruno Fernandes para sair aos defesas do Atlético, quer no seu momento de controlo, quando Gelson recuava para o corredor direito e Bruno Fernandes para o esquerdo, organizando a sua estrutura num 5x4x1 [2].
Uma nota de destaque para a exibição de Bryan Ruiz. A sua presença no sector intermédio permitiu-lhe ser o elemento que ligou o jogo no centro do terreno e a qualidade da sua tomada de decisão e do seu gesto técnico contribuíram de forma decisiva para que o Sporting saísse sempre de forma inteligente e bem delineada do primeiro até ao último terço.
Com um pouco de mais felicidade técnica, a superioridade tática poderia ter sido um fator-chave na eliminatória. *