Record (Portugal)

“PINTO DA C OSTA PEDIU P ARA N ÃO S E FES T E JAR”

- FLÁVIO MIGUEL SILVA

Antigo centralde FC Porto e Benficalem­braumtriun­fo, decisivo para o título, em que o presidente dos dragões quis mostrar que “era normal” ganhar na Luz “OS CLÁSSICOS SÃO SEMPRE JOGOS INTERESSAN­TES. ESPERO QUE VENÇA QUEM MERECER E QUE O PÚBLICO SAIA SATISFEITO”

Ainda acompanha o futebol português, 12 anos depois de ter deixado o Benfica?

PAULO PEREIRA – Acompanho através das notícias que nos chegam, em especial de Benfica, Sporting e FC Porto. O Jonas, que é ídolo dos adeptos aí, foi meu jogador no Grémio em 2010. O Luisão está aí há muito tempo, o Talisca passou por aí... Seguimos assim o futebol de Portugal. O FC Porto sigo menos porque agora não há grandes brasileiro­s com sucesso.

R – O campeonato começa a aproximar-se do fim com Benfica e FC Porto separados por um ponto. Este é um jogo mais importante para os dragões?

PP – Quanto ao título, ficam a faltar quatro jogos depois do clássico. O FC Porto tem de ganhar. Só pode ambicionar uma vitória, porque o empate ou a derrota deixam o Benfica na frente, mesmo ainda tendo de defrontar o Sporting. Acredito que o FC Porto vai entrar com essa mentalidad­e, até porque não há muito tempo.

R – O que espera do clássico? Quem quer que vença?

PP – Vai ser um jogo muito aberto, um espetáculo bom. São sempre jogos interessan­tes. Espero que vença quem merecer e que o público saia satisfeito do estádio.

R – Participou em clássicos pelos dois clubes. Há algum que lhe tenha ficado na memória?

PP – Eu ganhei mais pelo FC Porto. Foram cinco épocas lá e duas no Benfica. Há um que me vem à mente sempre. Era um jogo decisivo para a conquista do título. Lembro-me que ganhámos 1-0 e o presidente Pinto da Costa pediu para ninguém comemorar no relvado. Acabou o jogo e ficámos todos tranquilos. Quando entrámos no balneário foi uma festa tremenda. Ficámos curiosos, mas depois o presidente contou-nos que queria demonstrar aos adeptos do Benfica que ganhar no Estádio da Luz era algo normal (risos).

R–Há outro de que não se deve esquecer, pois até bisou?

PP – Sim, nós estávamos a perder por 2-1, o Isaías marcou dois golos. O Ivic colocou-me a ponta-delança e o Semedo passou a lateralesq­uerdo. Fiz dois golos, um de cabeça e outro de penálti.

R – Os benfiquist­as depositam muitas esperanças em Jonas. Surpreende-o que não vá à seleção?

PP –O Jonas é um segundo avançado, podendo ser primeiro, como o Gabriel Jesus, com muita qualidade técnica e de passe. Não é um elemento que vá jogar de costas para os defesas, preso na área. O que se fala aqui é que a convocatór­ia tem a ver com uma mudança de sistema. O jogo é mais aéreo. Com o Gabriel Jesus e Jonas é mais apoiado, com tabela e toque de bola pelo chão. Acredito que o Jonas teria um espaço mesmo sendo parecido com o Gabriel Jesus. Se ele não puder jogar, teremos automatica­mente de mudar as caracterís­ticas do ataque e colocar o Firmino ou o Willian José. Por isso, sou adepto da chamada dele. Um jogador na Europa a fazer 33 golos… merece. *

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