Leão europeu
Terminou de modo inglório a participação europeia do Sporting, a melhor de todas as equipas nacionais, mas olhando, fria e desapaixonadamente, para o que aconteceu nos dois jogos com o Atlético Madrid, não fica mal a quem escreve afirmar que este leão, que havia passado numa primeira fase com pingos de classe pela Liga dos Campeões, merecia ter tido um pouco de felicidade. Porém, reconhecendose que na noite de ontem a equipa de Jorge Jesus foi muito melhor do que a dos colchoneros – mesmo sem Coentrão e Bas Dost, dois, vá lá, insubstituíveis –, a sorte da eliminatória (que tantos custos trouxe ao reino do leão e tem ainda muita pedra para partir) ficou traçada em Madrid. Diz-se no futebol que quando se perde, ou ga-
JORNADA DE MADRID MARCOU, COMO SE PERCEBEU, O ADEUS À LIGA EUROPA
nha, perdem, ou vencem, todos, mas pode, por exemplo, Rui Patrício, Battaglia ou Acuña arcar com os imperdoáveis erros de Coates e Mathieu? Ou com o falhanço de Montero? Sim, ninguém nos garante que o jogo de lá seria como foi, mas obrigava a que os madrilenos fossem melhores do que foram, apesar do triunfo. E ontem, com o jogo à mercê – perdidas de Griezmann à parte –, faltou sempre qualquer coisa que valesse a eliminatória. Resta a estafada consolação de um triunfo que, bem vistas as coisas, apenas valeu alguns, bons, euros.
Acabada a saga na Europa, atenções centradas na Luz, onde domingo se joga cartada fundamental para a atribuição do título. Nos clássicos normalmente não prevalece nem fator casa, nem a vantagem de quem está melhor, mas olhando para o que se tem visto, o Benfica parece capaz de ficar perto do penta.