Das explosões de Jesus à mestria de Silas
Já lá vão mais de 10 anos desde que o Belenenses bateu o Sporting no Estádio do Restelo em jogos a contar para a Liga. O herói foi Zé Pedro, com um tiro fantástico de fora da área, assinando o único golo na vitória da equipa então orientada por... Jorge Jesus. Quem viu tudo bem de perto foi Evandro Roncatto, que recorda esse jogo com carinho. “Claro que me lembro! Até fui eu que fiz a assistência. O Weldon começou a jogada e eu dei para o Zé Pedro, que fez aquele remate maravilhoso. Sabíamos que podíamos jogar de igual para igual. Tínhamos um grande plantel e um grande treinador, o Jorge Jesus”, conta o brasileiro a Record. Agora com 31 anos, Evandro Roncatto não esquece esses tempos, muito por culpa de JJ. “Tive vários bons treinadores, mas nenhum se compara a Jesus. Foi quem mais me marcou. Nunca houve conflitos no plantel, ele sabia lidar com os jogadores nos momentos difíceis. Claro que era explosivo, mas sabe controlar bem o balneário. Tínhamos um grupo fantástico. Toda a gente se dava bem”, explica, antes de lembrar a importância de Silas, colega na altura e agora treinador dos azuis.
“Silas era um craque! Já era um grande jogador e tem tudo para se dar bem como treinador. Era um atleta inteligente e conversávamos sempre muito. Dava para ver que era mais inteligente do que a média, tanto ele como o Zé Pedro. Além de terem sido grandes capitães, têm muita compe- tência e não estão ali por acaso”, garante.
Um penálti ‘especial’
Roncatto não esquece um episódio “à Jorge Jesus”, como o próprio destaca. “Num 5-0 ao V. Setúbal, tivemos um penálti. Eu é que o sofri e ia batê-lo, mas o JJ berrava do outro lado para o Silas, a dizer que tinha de ser o Zé Pedro. Foi uma confusão enorme! Até os jogadores do Vitória se estavam a rir, mas foi o Zé Pedro a bater”, recorda, entre risos. Ainda assim, o brasileiro sabe por quem vai torcer: “Até costumo ir ver os jogos do Sporting, mas tenho um carinho especial pelo Belenenses porque me abriu a porta. Vou ser Belém!” *