Record (Portugal)

“Queiroz ajudou Irão a ser número 1 da Ásia”

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Aproxima- se o Mundial. Espera ser um dos eleitos por Carlos Queiroz?

A – Definitiva­mente, seria uma honra servir o meu país e numa grande competição como um Campeonato do Mundo, vista por um bilião de pessoas. É uma grande oportunida­de para cada jogador e foi muito positivo ser convocado pelo professor Queiroz para as últimas duas partidas. É um grande treinador, que fez história em Portugal e trabalhou em grandes clubes como Manchester United e Real Madrid, e sou seu ‘estudante’. Estou a dar o meu máximo para po- der merecer a chamada, representa­ndo bem o futebol iraniano em Portugal. Ainda não joguei – gosto da palavra ainda! –, mas espero fazê-lo em breve.

Ele já falou consigo ou deu-lhe alguma esperança nesse sentido? A – Ele está sempre atento a observar os jogadores que atuam quer no Irão, quer fora do país. E certamente vai selecionar os 23 melhores, como sempre sucedeu ao longo dos muitos anos em que dirige a seleção nacional. Os jogadores acreditam no seu trabalho, pois ele tem-nos ajudado muito na evolução do nosso futebol, que é o número 1 da Ásia há muitos anos. Todos confiamos na sua decisão e no seu trabalho e só temos de ser profission­ais e ter a atitude que ele pede. Todos queremos o melhor para o Irão.

Num grupo com Portugal e Espanha, o Irão será sempre um outsider?

A – Pessoalmen­te, acho fantástico podermos jogar num grupo com duas seleções tão fortes. Toda a gente lhe chama o ‘grupo da morte’, mas recordo que no Mundial do Brasil ninguém pensava que a Costa Rica podia surpreende­r como o fez, num grupo com Inglaterra, Uruguai e Itália! Eles passaram em primeiro e foram a grande surpresa do Mundial’2014. Nós somos uma seleção que luta até o último minuto e já no Brasil mostrámos o nosso valor perante a Argentina, que acabou por ser finalista. Só nos venceram nos descontos, num remate do Messi. Ou seja, é verdade que é um grupo difícil, mas quanto mais dura for a batalha mais doce será a vitória. Quem sabe podemos ser a surpresa na Rússia...

Cristiano Ronaldo pode fazer a diferença neste Mundial?

A – Seria fantástico defrontá-lo, para mais quando estou a jogar num clube da cidade onde ele nasceu. Já ouvi muitas histórias sobre ele e não restam dúvidas que é uma inspiração para muitos. A forma como trabalhou e chegou onde chegou também é uma inspiração para mim. Ele é o exemplo que o trabalho duro compensa. Um Mundial é feito para grandes jogadores e ele, certamente, vai brilhar, mas pode haver espaço para outros menos conhecidos.

“TODA A GENTE LHE CHAMA O GRUPO DA MORTE, MAS PODEMOS SURPREENDE­R COMO A COSTA RICA FEZ NO BRASIL”

Há 20 anos, o seu pai Ahmed Abedzadeh brilhou no Mundial de França. Sonha seguir os seus passos?

A – É bom poder manter esse sonho vivo. E sabendo que o meu pai foi uma lenda no Irão, serve-me de referência e inspiração. Ele passa-me muita energia e ganho motivação para o deixar orgulhoso. Também o Kasper Schmeichel defende a baliza e capitaneia a Dinamarca, ele que é filho de outra lenda das balizas, como era o Peter.

Tem alguma memória desse Mundial’98?

A – Tinha 4 ou 5 anos e tenho apenas pequenos ‘flashes’. Recordo mais o jogo de qualificaç­ão com a Austrália, onde o meu pai entrou para a história do Irão com uma grande exibição, e da primeira vitória num Mundial, que foi contra os EUA. Ainda hoje vejo esses vídeos vezes sem conta. *

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ELOGIO. Amir confia no trabalho do selecionad­or

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