BILHETE É O BEM MAIS PRECIOSO NAS CALDAS
Há alguns anos o Caldas mudou a sua forma de trabalhar e fez aquilo a que Jorge Reis chamou de ‘Ano Zero’. No que é que isto consistiu? “O Caldas tinha muitos jogadores profissionais e gastava muito dinheiro para os manter, as dívidas iam-se acumulando e chegou a um ponto que decidimos reestruturar o clube. Começámos a apostar na formação, e enquanto eu estiver à frente deste projeto essa será sempre a nossa forma de pensar e agir. Neste momento grande parte do plantel é proveniente das nossas camadas jovens e vai continuar”, vincou. Nunca é de mais frisar o facto de o Caldas ser constituído por não profissionais, dos jogadores até à direção, e para José Vala, professor de Educação Física e treinador da equipa desde 2016, tem sido a experiência de uma vida. “Temos de viver isto ao máximo, porque será muito difícil, para não dizer impossível, voltar a repetir este feito. Não é preciso motivar os jogadores para estes jogos, o mais importante é mesmo desfrutar o momento e dar o nosso melhor. O meu papel é
DESGASTE DOS JOGOS A MEIO DA SEMANA É CONDICIONANTE, MAS JOSÉ VALA GARANTE: “ESSE CANSAÇO NEM SE VAI NOTAR”
fazer com que os jogadores atinjam os seus limites”, vinca o técnico, de 46 anos.
Não sendo profissionais, os atletas não estão habituados a este tipo de desgaste que estão a viver, com jogos durante a semana, e esse será outro fator a ter em conta na quarta-feira. “O nosso percurso na Taça tem tido esta condicionante, mas acredito que, tal como fizemos contra o Farense, vamos conseguir colocar isso de parte e esse cansaço nem se vai notar”, conclui José Vala, confiante na sua equipa. Com este percurso - deixou pelo caminho equipas como o Arouca, Académica e Farense -, o Caldas mostra-se ao país, o que Jorge Reis considera ‘um pau de dois bicos’. “Tem sido uma grande montra para os jogadores que vão ter a oportunidade de jogar em ligas profissionais e fico muito contente por isso, mas também é uma boa montra para o Caldas, porque vamos ter muitos jogadores a querer jogar cá”, refere o presidente.
Sede do clube está de loucos
Depois de muitos anos afastados, o Caldas e a cidade das Caldas da Rainha estão de novo de mãos da- das, e isso tem-se notado com a afluência das pessoas ao Campo da Mata nos jogos. Mas onde isso mais se notou foi mesmo na sede do clube, onde Joaquim Marques tem tido trabalho como nunca viu. “Estou a lidar com mais de 1.500 pessoas, sem contar com os não sócios que querem assistir ao jogo e que não têm bilhetes. Neste momento, nas Caldas, não há nada mais importante do que o bilhete do jogo frente ao Aves. Toda a gente o quer ter. Vamos ter a Mata cheia mais uma vez e teremos a festa da Taça, e isso é o mais importante neste momento. Temos de vivê-lo”, refere Joaquim. É