Record (Portugal)

“Coloquei expectativ­as baixas e isso ajudou-me”

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LUÍS PAULO É A ÚLTIMA BARREIRA

O que sente ao olhar para o Campo da Mata e para o novo relvado?

LUÍS PAULO - Cheguei muitas vezes ali ao fim da calçada, olhei à minha volta para esta bancada enorme e pensava: ‘Será que alguma vez vamos ver o Campo da Mata cheio? Como é que será?’ Era um sonho e felizmente já sentimos isso algumas vezes.

O que sentiu quando esse sonho se concretizo­u?

LP - É uma emoção enorme! Sentir a forma como as pessoas se envolvem connosco e com o próprio jogo, torna tudo isto num ambiente espetacula­r e impossível de ser esquecido. Na quartafeir­a teremos o jogo mais emotivo das nossas carreiras, pois estamos a umpasso de alcançar um grande palco e tenho a certeza que a Mata nos vai empurrar em direção a isso.

Háuns anos, quando foipara aAssociaçã­o Murteirens­e,disse queasuacar­reiraestav­a‘acabada’ naaltura. Agora, háumas semanas, estava a defender um penálti numa meia-final da Taça de Portugal. Como viveu este caminho?

LP - Sim, cheguei a um ponto da minha carreira em que baixei muito as minhas expectativ­as e isso ajudou-me. Quando fui para a Murteira, não pelo clube em si, porque gostei muito do ano que lá estive, é um clube muito especial para mim, decidi que ali a minha carreira não seria com muita ambição. Gosto do jogo e foi isso que me fez continuar, porque se tivesse decidido de forma mais emocional poderia até ter desistido do desporto. Fui para a Murteira e fiz uma época muito boa e isso deu-me a oportunida­de de vir para o Caldas, onde estou há seis anos e não podia pedir melhor experiênci­a.

Emseisanos­jáviuoestá­diocom muito pouca gente e já o viu cheio. Sente que,depois de uns anos afastados, o Caldas e as Caldas da Rainhaestã­o de novo de mãos dadas? LP - A cidade está muito envolvida naquilo que estamos a fazer e isso é o que dá mais gosto. Não é a mesma coisa jogar com100 pessoas no estádio ou jogar com mil, é uma grande diferença. A vontade de vencer é sempre a mesma, mas dá outra motivação. A alegria que estamos a viver dentro de campo vem muito da bancada, onde temos muita gente a puxar por nós.

Quem é o seu ídolo e como se caracteriz­acomo guarda-redes?

LP - O meu ídolo sempre foi o Rogério Ceni, pela forma como ele tratava a bola com os pés. Sempre gostei muito de jogar futebol, e quando era novo jogava à frente. Gosto muito de jogar com os pés e acho que essa confiança também me caracteriz­a um pouco. Em termos técnicos, gosto daquele que toda a gente gosta: Gianluigi Buffon.

O estilo também vem do Buffon?

LP - Não, o estilo vem de mim. Sempre disse que um guarda-redes pode não defender muito, mas tem de equipar bem. *

“A CIDADE ESTÁ MUITO ENVOLVIDA NAQUILO QUE ESTAMOS A FAZER E ISSO É O QUE DÁ MAIS GOSTO”

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