Record (Portugal)

LEAO VOLTA A SONHAR APOS GRANDE SUSTO

O Sporting só depende si para chegar ao 2.º lugar após passar no Restelo. Mas se a 1.ª parte foi de classe... depois houve tremedeira desnecessá­ria

- CRÓNICA DE LUÍS AVELÃS

Jogo de loucos no Restelo, com sete golos, três penáltis, nove cartões amarelos, duas expulsões (uma por acumulação e outra... após o apito final), quase 10 minutos de compensaçã­o (e até podiam ter sido mais na segunda parte), várias consultas ao VAR (não chegaram para dissipar todas as dúvidas), incerteza até ao derradeiro instante e duas equipas com forte sentido ofensivo, mas também a cometer deslizes atrás que, claro, deixaram os técnicos desesperad­os. Em suma, grande jogo de futebol que tardou em começar (mais de 10 minutos após a hora agendada) mas que se transformo­u num dos mais animados e intensos da temporada. E já agora... ganhou o Sporting. Conhecedor do resultado do clássico da Luz – que deixou os leões a depender apenas de si para chegar ao segundo lugar e aos milhões da Champions –, o Sporting não podia falhar no Restelo. E não falhou. Isto apesar de ter entrado praticamen­te a perder e de ter permitido que os locais anulassem uma desvantage­m de 1-3 e acabassem a pressionar a baliza de Rui Patrício, apesar de estarem a jogar em inferiorid­ade (expulsão de Yebda no lance de penálti que ditou o desfecho do encontro). Poder-se-ia pensar que um golo sofrido logo a abrir, num terreno onde o Benfica empatou (ao cair do pano) e o FC Porto perdeu, iria abanar a formação leonina. Mas se houve qualquer abalo nessa fase, ele só ajudou a empurrar a equipa de Jorge Jesus para a frente. A reação foi pronta e decidida. O empate surgiu escassos 5 minutos depois do golo inaugural e a reviravolt­a logo a seguir. Marcaram Bas Dost e Gelson Martins, mas quem preparou tudo foi Bruno Fernandes, o principal motor da equipa visitante. O jovem médio destacou-se pela qualidade técnica e visão, mas também pela forma personaliz­ada como soube agarrar a equipa num momento complicado. Depois, lá mais para a frente, ainda cobrou com mestria o penálti que fechou as contas. É ‘só’ um dos futebolist­as em melhor forma na Liga e ontem confirmou-o pela enésima vez.

Do sonho ao pesadelo

Os azuis, que quase nem tiveram tempo para saborear a vantagem inicial, sentiram imensas dificuldad­es para sair a jogar na primeira parte. O Sporting subiu no terreno, pressionou aquando da perda de bola e o espaço de manobra que os homens de Silas necessitav­am para as transições rápidas... sumiu. De pouco adiantava ter Diogo Viana e Florent a fazer todo o corredor.

Nem isso funcionava, nem a aposta nos três centrais, já que o Sporting acelerava sempre, por todos os lados, pois se Bruno Fernandes era o perigo maior, Gelson e Acuña (e Ruiz a espaços) também conseguiam levar o jogo até à zona de Bas Dost.

Quando o intervalo chegou, o Belenenses estava ‘encostado às cordas’. O 1-3, por estranho que possa parecer, era simpático. Quem poderia imaginar que o jogo ainda iria reabrir? Provavelme­nte... ninguém!

Silas abdicou do sistema de três centrais ao intervalo e a equipa renasceu. E se o Belenenses animou, o Sporting esmoreceu. O cansaço do jogo europeu, aliado a algum relaxament­o próprio de quem já não acreditava no ressurgir do opositor, ia deitando tudo a perder. Dois golos sofridos em 5 minutos foram um verdadeiro pesadelo. Que só não teve consequênc­ias porque, através de mais um (tal como o primeiro) penálti ‘moderno’ – daqueles que só a repetida visualizaç­ão das imagens televisiva­s pode ditar a sua marcação –, Bruno Fernandes recolocou o Sporting na luta pelo segundo lugar. Mas, até ao último suspiro, ainda seria preciso sofrer mais. O Belenenses não se rendeu e valorizou o êxito leonino. *

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