Jogo frenético
Belenenses de Silas, extremamente bem trabalhado e com um modelo que parte de um sistema com três defesas-centrais, colocou imensas dificuldades ao Sporting de Jorge Jesus, mas a eficácia leonina sobressaiu no marcador, muito pela forma como as suas individualidades acabaram por fazer a diferença nos momentos-chave.
A saída em construção dos azuis obrigou o Sporting a adaptar-se ao posicionamento dos defesascentrais adversários. Gelson fi-
BRUNO FERNANDES FOI REFERÊNCIA PARA RECEBER O PRIMEIRO PASSE PARA SAIR EM ATAQUE RÁPIDO
cou mais baixo, e mais afastado da linha média (que abriu demasiado espaço entre os seus elementos), e permitiu à equipa de Silas ligar ofensivamente o seu jogo por entre a estrutura leonina [ 1]. As dificuldades defensivas do Sporting foram evidentes também na forma como os seus médios eram atraídos a pressionar a construção da equipa de Belém e abriram brechas entre sectores, que foram aproveitadas pela muito bem organizada equipa de Silas, para combinar até chegar às zonas de finalização [ 2].
Se coletivamente a equipa de Jorge Jesus passou por inúmeras dificuldades quando não tinha a posse, com bola o talento de Gelson e Bruno Fernandes fez a diferença na noite de ontem no Restelo.
Após cada recuperação, o Sporting saiu em transição ofensiva da forma como habitualmente faz: Bruno Fernandes foi referência para receber ou primeiro passe para sair em ataque rápido, ou aproximava de Bas Dost, que recebia a primeira bola e tocava de frente no médio leonino. Tudo enquanto Gelson Martins acelerava para chegar ao último terço e receber em condições espaciais e numéricas vantajosas.
A classe de Bruno Fernandes ficou bem patente na quantidade de bolas que conseguiu entregar com qualidade para os colegas [3]. Ora de bola parada, ora em ataque organizado ou em transição ofensiva.
O português foi sempre um elemento diferenciador ao longo de toda a partida, pela forma como em zonas de criação descobriu os colegas mais adiantados em condições que lhes permitiram finalizar e garantir a superioridade no resultado, mesmo num jogo de dificuldade tremenda, pela qualidade do oponente. *