Record (Portugal)

SPORTING E AVES ESTÃO NA FINAL

O Sporting voltou a ser supercompe­tente nos penáltis, mas tanto perdeu oportunida­des para evitar chegar a esse ponto como teve estrelinha

- CRÓNICA DE ANTÓNIO MAGALHÃES

O Sporting regressa ao Jamor depois de voltar a derrotar o FC Porto nos penáltis. Foi uma vitória mais afirmativa do leão do que aquela que o levou à final e à conquista da Taça CTT. Apesar de ter construído oportunida­des que poderiam ter antecipado o sofrimento, a verdade é que também teve estrelinha em dois momentos chave, designadam­ente quando Aboubakar e Brahimi estiveram a centímetro­s de conduzirem o dragão ao Jamor.

Não foi o jogão que se pretendia, mas foi uma partida muito intensa e uma vez mais cheia de emoção. O Sporting mereceu encontrar o caminho da felicidade e há que atribuir mérito ao homem do leme. Jesus teve um papel determinan­te ao fazer substituiç­ões que colocaram o Sporting ‘por cima’ no jogo e que levaram a equipa primeiro a igualar a eliminatór­ia e depois a partir para uma fase de claro ascendente, durante a qual faltou ser eficaz na finalizaçã­o.

O desgaste físico que se presumia poder ser mais evidente no Sporting tornou-se mais notório no FC Porto onde o pulmão de Herrera não chegou para dar todo o ar. A verdade é que as pernas também reagem à mente e a verdade é que o facto de ter conseguido marcar o golo a cinco minutos dos 90’, foi um suplemento que os leões souberam tirar partido.

Onde estão as balizas?

FC Porto sem Marega e Sporting com Mathieu, foram as novidades nos onzes. Soares deu a profundida­de e a potência muscular que o dragão de Sérgio aprecia, enquanto o francês deu conforto a Coates e à equipa leonina. O Sporting quis entrar forte, mas cedo perdeu o balanço, pois Conceição corrigiu posicionam­entos no meio-campo que contribuír­am para ser eficaz na pressão alta e ter bola.

À parte de um tiro de Otávio (19’) e uma jogada de Gelson a pedir golo (39’), foi uma 1ª parte praticamen­te sem balizas.

A 2ª parte nada trouxe de novo no figurino do jogo. Houve um FC Porto mais associativ­o e dominador, mas pouco contundent­e. Uma grande ameaça de Soares, anulada por Coates (53’), foi fraco resultado para uma presença mais forte em campo.

Leão reage ao estímulo

O Sporting precisa de um estímulo para entrar finalmente no jogo com a ambição que era exigida a quem precisa de anular a desvantage­m trazida do Dragão. O lance que colocou Battaglia na cara de Casillas (59’) foi esse impulso que teve seguimento nas substituiç­ões operadas por Jesus.

As entradas de Ristovski, e depois de Montero, lançaram o Sporting para a melhor fase no jogo. Primeiro, a equipa foi conquistan­do metros em campo. Depois ganhou agressivid­ade e fluidez no processo ofensivo.

O FC Porto seguiu no caminho inverso. Conceição foi obrigado a fazer alterações que não queria, devido ao ‘colapso’ físico de Soares, Otávio e Óliver Torres, e co- meçou a perder o controlo do jogo.

Tão forte como o destino

Não é por acaso que se diz que um jogo é decidido por detalhes. Imaginem que a bola chutada por Coates tinha batido no poste e conhecido outra trajetória. Ou que a bola do cabeceamen­to de Aboubakar tinha tido seguido da trave em direção ao golo. Pois, o destino, justo ou ingrato, é o que é.

O Sporting soube, contudo, ser tão forte como o destino. Aproveitou o momento, ‘carpe diem’ para usar expressão erudita e adequada, e projetou-se para um prolongame­nto onde as pernas corriam ligeiras e a cabeça andava a mil. Gelson, Montero e Bruno Fernandes poderiam ter resolvido tudo antes do susto provocado por Brahimi, mas estava escrito que a decisão voltaria a ser na marca dos 11 metros. E assim foi. *

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