AVES SOFREU MAS FESTEJOU
BIS DE VÍTOR GOMES COLOCOU AVES NA FINAL Caldas conseguiu igualar a eliminatória mas não teve forças no prolongamento e avenses aproveitaram DURANTE OS 90 MINUTOS LUÍS PAULO RARAMENTE SE SENTIU INCOMODADO PELO ATAQUE DA EQUIPA VISITANTE
O Aves está na final da Taça de Portugal. O clube nortenho atinge o ponto mais alto dos seus 87 anos de história mas foi obrigado a horas extras para carimbar o passaporte para o Jamor. O médio Vítor Gomes, com dois golos no prolongamento, acabou por tornar justo o apuramento avense mas, sublinhe-se, mais pelo que a equipa fez nesses 30 minutos, porque nos 90 primeiros o Caldas teve sempre a situação controlada.
A equipa de Mota entrou a tentar mandar, claramente com intenção de marcar posição. Mama Baldé fez um remate logo no minuto 2 mas esse aviso perdeu-se no tempo pois o Aves só voltou a chegar à baliza de Luís paulo, dessa vez com perigo, num desvio de cabeça de Alexandre Guedes, aos 32’.
O que se passou na quase meia hora entre esses dois momentos foi simples: a equipa do terceiro escalão controlou, impondo o ritmo (lento) que lhe era mais fa- vorável. Felipe Ryan tentou sempre colocar velocidade no flanco direito, João Tarzan ia mostrando argumentos no outro corredor e o veterano Pedro Emanuel ia tentando ‘sacar’ o segundo amarelo ao central Jorge Fellipe.
Se ao intervalo a estratégia estava a resultar, a situação do Caldas ainda melhorou aos 56, quando Jorge Fellipe, desastrado, marcou na própria baliza. O mais difícil parecia feito e a equipa de José Vala continuou a tentar marcar o ritmo, deixando transparecer a estratégia: não sofrer golos, nem que fosse até aos 120’. O líbio Elhouni, isolado, falhou um chapéu, Guedes voltou a cabecear ao lado e Ponck, mesmo no fim, cabeceou para defesa fácil de Luís Paulo. Impossível o guardião ter imaginado 90 minutos tão tranquilos.
Sem pernas, naturalmente
O prolongamento foi bem diferente do resto do jogo. O Aves acelerou, mostrou-se claramente mais fresco e carregou desde o início. Naturalmente, começou a notar-se o cansaço dos homens das Caldas e o golo dos visitantes acabou por surgir. Num canto, falhas de marcação da defesa da casa e Vítor Gomes bateu tranquilamente Luís Paulo. Tudo decidido! O Caldas precisava de dois golos e já não tinha forças para isso. Gomes bisou e fez história mas esta equipa de José Vala também fica na história do clube. E pela campanha inesquecível, bem o merece. *