Até ao último remate
Duzentos e dez minutos com doses superlativas de condicionamento, de luta e de sofrimento não foram suficientes para definir o segundo finalista da Taça. A grande decisão deu-se, tal como acontecera na meia-final da Taça CTT, no desempate de pontapés da marca de grande penalidade, onde o Sporting voltou a ser mais competente (desta vez foi Marcano, que não falhara em Braga, a atirar ao poste). Em mais um clássico cerrado, onde escassearam as oportuni-
ESTE ACABOU POR SER MAIS UM CLÁSSICO CERRADO, NO QUAL ESCASSEARAM AS OPORTUNIDADES DE GOLO
dades de golo, houve mais FC Porto até meio da segunda parte. Os dragões, graças à elasticidade da dupla de médios de contenção formada por Herrera e Óliver, mas também pela mobilidade e dinâmica conferida pelas quatro unidades da frente, sempre com Ricardo e Brahimi a disponibilizarem-se para perscrutar o espaço interior, o que lhes permitiu criar desequilíbrios no espaço entre linhas [2], controla- ram melhor os espaços e tiveram mais bola. Contudo, faltoulhes mais qualidade na chegada a zonas de finalização, até porque o Sporting preocupou-se em formar uma última linha com seis unidades [2]. Além disso, o FC Porto revelou-se sempre mais agressivo na conquista de duelos, pela ferocidade empregue na conquista da primeira e da segunda bola, tirando partido da forma eficaz como pressionaram e obstruíram a primeira fase de construção leonina [1], onde se notou a ausência de William. Com Bryan Ruiz – mé- dio-centro ofensivo – e Bruno Fernandes – médio-ofensivo/segundo avançado – muito distantes, o Sporting sentiu amplas arduidades para em ligar o jogo pelo espaço interior, e só a criatividade de Gelson, na busca do um contra um, criou algum abalo no último reduto portista. Uma situação que se alterou a partir do momento em que os treinadores mexeram nos onzes. Foi menos feliz o FC Porto, que perdeu contundência com a entrada de Aboubakar, enquanto o Sporting cresceu com Ristovski e Acuña – a recuar para la- teral – a oferecerem mais qualidade e largura e a atacarem a profundidade, juntando-se a isto a subida da linha de pressão e a maior agressividade colocada na disputa de duelos, onde Battaglia se assumiu determinante. Foi na sequência de um pontapé de canto apontado por Bruno Fernandes, numa altura em que o FC Porto robustecera a zona intermediária com Reyes e Sérgio Oliveira, que o Sporting igualou a eliminatória, com Coates a fruir um corte deficiente de Marcano [3], após Battaglia ter ganho a primeira bola aérea.