O futuro com Jorge Jesus
Nas últimas semanas a equipa do Sporting uniu-se no ataque a dois importantes objetivos – a Liga Europa e a Taça de Portugal. Tal não significa que não tenha havido nunca esforço ou foco durante o resto da temporada mas, discordando ferozmente do tempo e do modo de Bruno de Carvalho, a verdade é que o Sporting falhou em muitos momentos, sobretudo na Liga, em que um candidato não pode falhar.
O que os dois jogos contra o Atlético Madrid e o FC Porto mostraram é que o Sporting tem um excecional conjunto de jogadores que podem jogar um futebol de grande qualidade e que, com Jorge Jesus, a equipa tem condições para discutir todas as competições em Portugal. Se nos lembrarmos, essa foi a promessa feita pelo treinador quando entrou em Alvalade naquele verão quente de há três anos. Quando fazemos as contas, o Sporting tem ganho menos do que seria expectável por alguns, mas é bom olhar para o contexto do clube que é mais ‘grande’ pela sua história e pela força e crença raras dos seus adeptos do que pelas vitórias alcançadas nas últimas décadas. O jogo de ontem, até pela carga dramática que o envolveu, é uma singular oportunidade para os protagonistas da crise dos últimos dias – do presidente aos capitães – não só encerrarem a polémica como olharem de forma adulta e racional para o futuro.
Com toda a certeza isso significa
que o presidente tem de defender o clube e os jogadores também, sem descurarem, como é evidente, os seus interesses particulares. O tempo não é de hipocrisia mas, sem fingir que não há conversas para ter, é altura de reforçar o compromisso e pensar no futuro.
Ora, se alguns jogadores têm legítimas expectativas em mudar
de ares, outros – como Gelson ou Bruno Fernandes – têm ainda um caminho para fazer de leão ao peito.
Seria péssimo para o Sporting
que o caminho até agora percorrido fosse interrompido. Ganhar significa criar um modelo, não ape- nas de jogo, mas de organização. Uma filosofia.
No que falta desta época e na
planificação de uma nova temporada, o Sporting precisa de Jorge Jesus em pleno e com amplos poderes. Precisa da qualidade do seu trabalho, da sua inteligência e da sua conhecida capacidade para reconstruir equipas. Jesus, que foi chave na forma como geriu a crise, deve agora, tão depressa quanto possível, avançar no terreno com o novo Sporting. Antes há uma final para ganhar a 20 de maio e um lugar na Liga dos Campeões para conseguir.
O SPORTING PRECISA DO TREINADOR EM PLENO NO QUE RESTA DESTA ÉPOCA, MAS TAMBÉM NO PLANEAMENTO DA PRÓXIMA. E COM AMPLOS PODERES. O CLUBE NECESSITA DA QUALIDADE DO SEU TRABALHO, BEM COMO DA SUA INTELIGÊNCIA E RECONHECIDA CAPACIDADE PARA RECONSTRUIR EQUIPAS