CUIDADO COM O TUBARÃO
World SurfLeague cancela 3.ª etapa do circuito após dois ataques nas redondezas
Inédito: pela primeira vez na história, uma etapa do circuito mundial de surf foi ontem cancelada a meio devido à ameaça... de um ataque de tubarões. Na segunda-feira, dois surfistas locais foram atacados, a horas diferentes, em praias a apenas seis quilómetros de Margaret River, na Austrália, palco da terceira etapa do World Tour. “Avaliámos a situação, conversámos com os atletas e com as au-
GABRIEL MEDINA FOI UM DOS SURFISTAS QUE PEDIU À WSL PARA TRAVAR A COMPETIÇÃO, DEVIDO À INSEGURANÇA
toridades antes de tomar a decisão. Margaret River é uma parte fantástica do Mundo, mas a presença desta raça agressiva levanos a decidir assim”, revelou a World Surf League (WSL). Em comunicado, a WSL fala ainda abertamente dos perigos do surf. “Esta é uma modalidade com vários riscos. Já houve casos de ataques de tubarões no passado e é possível que voltem a acontecer no futuro. A segurança dos nossos atletas é o mais importante.” Em 2015, a final do J-Bay Open, etapa sul-africana do circuito, foi interrompida devido a um ataque de um tubarão branco ao australiano Mick Fanning, tricampeão mundial, que escapou ileso.
‘Só’ seis ataques mortais
A decisão da WSL foi perfeitamente compreendida pelos surfistas. Gabriel Medina foi um dos que deu voz à situação. “Agradeço por se terem preocupado com a nossa segurança”, disse o brasileiro, que já se havia mostrado contra o reatamento da prova. O cancelamento da prova foi, no entanto, criticado por alguns fãs de surf, que lembraram que em 2017 ‘apenas’ seis pessoas no Mundo morreram devido a ataques de tubarões. Em contraste, 830 mil pessoas morreram por picadas de mosquitos e 17 mil em incidentes com cães. *