Record (Portugal)

CONHEÇA O 25 DE ABRIL DA COREIA DO NORTE

Carlos Leonel esteve com o Benfica de Macau no território mais fechado do Mundo e conta ao nosso jornal o que viu antes de enfrentar umaequipa comnome de ... revolução

- JOÃO PICANÇO

Já foi à Coreia do Norte? A probabilid­ade de isso ter acontecido é baixa, pois o território acima do paralelo 38 a norte da linha do equador é o mais fechado do Mundo, governado pelo incontesta­do líder Kim Jong-un, que herdou o poder do pai, Kim Jong-il que, por sua vez, herdou do pai, também, Kim Il-sung. Uma dinastia. Visitar o país dos Kim é uma tarefa árdua: temos de preencher muitos papéis, responder a imensas perguntas – se for jornalista, pode esquecer. Kim passa bem sem a sua presença –, ir em grupo e a resposta pode, ainda assim, ser ‘não’. Mas o desconheci­do só aguça o apetite à curiosidad­e. Então e se Record tiver uma história de quem lá foi jogar futebol e que agora se prepara para receber os anfitriões no dia 25 de abril? Se ainda não está convencido, então aponte: a equipa da Coreia do Norte, que hoje visita Macau, na 4ª jornada da fase de grupos da Taça AFC (Liga Europa da Ásia) chama-se: 25 de Abril.

É isso mesmo, o Benfica de Macau, tetracampe­ão do campeonato do enclave outrora sob administra­ção portuguesa, é uma das equipas sensação da prova: em ano de estreia soma duas vitórias e uma derrota, num grupo com uma equipa de Taiwan (Hang Yeun) e duas da Coreia do Norte (25 de Abril e Hwaebul). Os encarnados já fize- ram as duas visitas a Pyongyang e Carlos Leonel Fernandes, avançado benfiquist­a, conta-nos como foi a experiênci­a.

“Não podíamos sair do hotel sem um guia. Da primeira vez ficámos alojados numa zona mais rural e fora do centro. Agora, na segunda vez, com o 25 de Abril, o hotel era mais central. Assim pudemos sentir um pouco mais de Pyongyang”, começa por dizer Carlos Leonel. “As pessoas podem pensar que os norte-coreanos são pessoas muito curiosas por sermos estrangeir­os. Nada disso. Eles sabem bem quem somos, mas não ligam. Não tiram fotografia­s. Se eu, um ocidental, for à China interior, noto muito essa curiosidad­e. As pessoas vêm pedir fotos. Ali, não. Acho que nós temos mais curiosidad­e do que eles.”

Viagem no tempo

Nas ruas, nada para além de slogans institucio­nais: “Não há publicidad­e ou reclames a marcas.” E quanto às pessoas, o madeirense goleador do Benfica de Macau encontrou uma distância e uma sobriedade a vestir, como se tivesse feito “uma viagem no tempo”. “Os homens vestem roupas escuras e conservado­ras. As mulheres têm aqueles penteados antigos, que víamos nas senhoras mais velhas quando éramos jovens. Eu não estava cá na altura, mas alguém me disse que as pessoas parecem-se muito com os chineses de antigament­e, antes da China se abrir um pouco mais ao Mundo. Não andam sempre de telemóvel na mão. São interessan­tes, em certa medida.” *

“PARECEM-SE COM OS CHINESES DE ANTIGAMENT­E, ANTES DE A CHINA SE ABRIR AO MUNDO”, CONTA O AVANÇADO MADEIRENSE

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