NÃO BASTA TER TODOS MENOS UM
APELO A PRESENÇA MASSIVA NA CIMEIRA DE DIA 9
A INTERNACIONALIZAÇÃO DA MARCA LIGA PORTUGAL É ESSENCIAL PARA CAPTAR NOVOS PATROCINADORES A HISTÓRIA FAZ-SE COM QUEM TENTA RESOLVER. POR ISSO, O APELO À PRESENÇA DE TODOS OS PRESIDENTES, SEM EXCEÇÃO, NAPRÓXIMA CIMEIRA PARA DEBATER E PROJETAR O FUTURO DO FUTEBOL
Há precisamente um ano, a 25 de abril de 2017, tornei pública a minha reflexão sobre o estado do futebol profissional. Entre os vários desafios então colocados, um previa voltar a sentar à mesma mesa os presidentes das 33 sociedades desportivas. Quase ninguém acreditou ser possível. Mas aconteceu. E voltará a acontecer. Tal como na altura escrevi, não me rendo nem me conformo. E assim será até ter a totalidade dos líderes a debater, juntos e olhos nos olhos, a indústria do futebol português. E porque, já a 9 de maio, em Coimbra, iremos organizar a II Cimeira, aproveito este espaço público para renovar o convite a todos os presidentes e a todos os emblemas do futebol profissional, sem exceção. Não nos basta ter todos menos umna Cimeira. A História faz-se com quem tenta resolver, com
quem procura discutir e solucionar. A História não esquecerá, antes irá valorizar, todos aqueles que contribuírem para um debate onde a palavra de cada emblema tem o mesmo peso, é escutada por todos e escrutinada pelos verdadeiros decisores do rumo do futebol profissional.
Ao contrário do ano passado, escrevo esta crónica motivado pelas medidas e rumos que o futebol profissional resolveu adotar. Estamos a preparar-nos para ajustar o modelo de governação da Liga Portugal às novas realidades de gestão e estratégia, conforme a esmagadora maioria das sociedades desportivas as têm interpretado. Estamos hoje ainda mais capazes de enfrentar, de forma planificada, os novos desafios do futebol português, alicerçados na reestruturação económico-financeira que nos permitiu resolver, ao fim de três temporadas – e um ano antes do previsto –, os resultados negativos transitados e um prejuízo superior a cinco milhões de euros, assim como com a garantia de sustentabilidade do organismo,
das competições e com o aval e agrado dos investidores, patrocinadores e parceiros. O maior desafio será, sem dúvida, a aposta na internacionaliza
ção da nossa marca. As sociedades desportivas compreenderam que o tecido empresarial português atingiu o seu limite de saturação no investimento em patrocínios ao futebol profissional. O
único caminho será a penetração no mercado internacional, capitalizando o talento que está nosso ADN. Mas esta estratégia só terá sucesso por via da marca agregada: Liga Portugal. Uma estratégia conjunta de centralização de propriedades comuns do que melhor produzimos, para que todos ganhem. Qualquer ‘aventura’ individual de uma qualquer sociedade desportiva, neste mercado global, estará condenada ao insucesso. Infelizmente, as nossas marcas não sobrevivem sozinhas. Agilizámos durante os últimos meses umaestratégia em função
de investimentos, know how e diplomacia especializada. Apenas destacando os principais movimentos nesse sentido, realço a assinatura de um Memorando de Entendimento com a nossa congénere espanhola LaLiga, o envolvimento inequívoco nas atividades da European Leagues (associação das ligas profissionais europeias), agora membro efetivo da UEFA, e a parceria com a EY, uma das mais prestigiadas consultoras mundiais. Com vista a um ciclo de engrandecimento do futebol português, estamos a montar com a EY um plano estratégico ousado, de 2+4 anos, o qual irá gerar um novo modelo de governação, conforme aquela que será a vontade das sociedades desportivas, a concluir antes do início da próxima temporada. Encaramos os problemas de frente, sempre disponíveis para fazer parte das soluções. Atentos às realidades da indústria, somos parceiros da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e do Sindicato dos Jogadores numa campanha muito ativa para combater a combinação de resultados (match fixing) e defender a integridade das competições.