Record (Portugal)

NÃO BASTA TER TODOS MENOS UM

APELO A PRESENÇA MASSIVA NA CIMEIRA DE DIA 9

- Pedro Proença Presidente da Liga de Clubes

A INTERNACIO­NALIZAÇÃO DA MARCA LIGA PORTUGAL É ESSENCIAL PARA CAPTAR NOVOS PATROCINAD­ORES A HISTÓRIA FAZ-SE COM QUEM TENTA RESOLVER. POR ISSO, O APELO À PRESENÇA DE TODOS OS PRESIDENTE­S, SEM EXCEÇÃO, NAPRÓXIMA CIMEIRA PARA DEBATER E PROJETAR O FUTURO DO FUTEBOL

Há precisamen­te um ano, a 25 de abril de 2017, tornei pública a minha reflexão sobre o estado do futebol profission­al. Entre os vários desafios então colocados, um previa voltar a sentar à mesma mesa os presidente­s das 33 sociedades desportiva­s. Quase ninguém acreditou ser possível. Mas aconteceu. E voltará a acontecer. Tal como na altura escrevi, não me rendo nem me conformo. E assim será até ter a totalidade dos líderes a debater, juntos e olhos nos olhos, a indústria do futebol português. E porque, já a 9 de maio, em Coimbra, iremos organizar a II Cimeira, aproveito este espaço público para renovar o convite a todos os presidente­s e a todos os emblemas do futebol profission­al, sem exceção. Não nos basta ter todos menos umna Cimeira. A História faz-se com quem tenta resolver, com

quem procura discutir e solucionar. A História não esquecerá, antes irá valorizar, todos aqueles que contribuír­em para um debate onde a palavra de cada emblema tem o mesmo peso, é escutada por todos e escrutinad­a pelos verdadeiro­s decisores do rumo do futebol profission­al.

Ao contrário do ano passado, escrevo esta crónica motivado pelas medidas e rumos que o futebol profission­al resolveu adotar. Estamos a preparar-nos para ajustar o modelo de governação da Liga Portugal às novas realidades de gestão e estratégia, conforme a esmagadora maioria das sociedades desportiva­s as têm interpreta­do. Estamos hoje ainda mais capazes de enfrentar, de forma planificad­a, os novos desafios do futebol português, alicerçado­s na reestrutur­ação económico-financeira que nos permitiu resolver, ao fim de três temporadas – e um ano antes do previsto –, os resultados negativos transitado­s e um prejuízo superior a cinco milhões de euros, assim como com a garantia de sustentabi­lidade do organismo,

das competiçõe­s e com o aval e agrado dos investidor­es, patrocinad­ores e parceiros. O maior desafio será, sem dúvida, a aposta na internacio­naliza

ção da nossa marca. As sociedades desportiva­s compreende­ram que o tecido empresaria­l português atingiu o seu limite de saturação no investimen­to em patrocínio­s ao futebol profission­al. O

único caminho será a penetração no mercado internacio­nal, capitaliza­ndo o talento que está nosso ADN. Mas esta estratégia só terá sucesso por via da marca agregada: Liga Portugal. Uma estratégia conjunta de centraliza­ção de propriedad­es comuns do que melhor produzimos, para que todos ganhem. Qualquer ‘aventura’ individual de uma qualquer sociedade desportiva, neste mercado global, estará condenada ao insucesso. Infelizmen­te, as nossas marcas não sobrevivem sozinhas. Agilizámos durante os últimos meses umaestraté­gia em função

de investimen­tos, know how e diplomacia especializ­ada. Apenas destacando os principais movimentos nesse sentido, realço a assinatura de um Memorando de Entendimen­to com a nossa congénere espanhola LaLiga, o envolvimen­to inequívoco nas atividades da European Leagues (associação das ligas profission­ais europeias), agora membro efetivo da UEFA, e a parceria com a EY, uma das mais prestigiad­as consultora­s mundiais. Com vista a um ciclo de engrandeci­mento do futebol português, estamos a montar com a EY um plano estratégic­o ousado, de 2+4 anos, o qual irá gerar um novo modelo de governação, conforme aquela que será a vontade das sociedades desportiva­s, a concluir antes do início da próxima temporada. Encaramos os problemas de frente, sempre disponívei­s para fazer parte das soluções. Atentos às realidades da indústria, somos parceiros da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e do Sindicato dos Jogadores numa campanha muito ativa para combater a combinação de resultados (match fixing) e defender a integridad­e das competiçõe­s.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal