Travar a violência comunicacional
Deixo, por fim, uma nota sobre o que diagnosticámos como violência comunicacional. A toxicidade do discurso de fazedores de opinião, agentes que funcionam nos media sem o rigor e a deontologia imposta ao jornalismo eà imprensa, está a prejudicar as nossas competições e aqueles que nelas investem.
Urge a defesa da imagem do futebol português, mas sem promover comportamentos acríticos, pois grande parte das nossas paixões admite níveis de subjetividade naturais. Porém, não pode valer tudo. É vital que os media – das administrações às direções editoriais – e os agentes desportivos percebam que, mesmo em sua defesa, estão a atacar um bem comum quando se excedem no conteúdo ou na mensagem. A violência comunica cio nalt em deacabar. Sentimos a urgência na reavaliação de comportamentos em defesa da indústria, razão pela qual juntámos, também em fóruns específicos, os media e as sociedades desportivas. Sem ferir a paixão de cada um, há que estreitar a convivência e procurar compromissos que não afetem as partes. Estamos convictos de que o caminho do crescimento, tanto do futebol como dos media, está intrinsecamente associado à honestidade na crítica e ao escrutínio esclarecido.
Portugal tem, esta época, dos mais competitivos campeonatos profissionais da Europa. A três jornadas do fim, a Liga NOS e a LEDMAN LigaPro mantêm a incerteza na classificação, ao passo que na maioria dos campeonatos mais mediáticos os campeões já estão encontrados.
Não obstante todas as dificuldades impostas pelo fosso entre os orçamentos dos clubes e pelas diferenças na distribuição dos direitos televisivos, temos quatro equipas a disputar o título de campeão e nove a lutar pela manutenção. Somos um país que ostenta o título de campeão da Europa eé exportador de alguns dos maiores talentos do futebol mundial. Temos duas das mais competitivas ligas da Europa. Estes são trunfos valiosos que devemos aproveitar. Saibamos fazê-lo. Potenciemos o que de melhor temos. Estaremos juntos pelo futebol, tenho a certeza.