Record (Portugal)

VASCO LOURENÇO

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neira! Passei a andar com o joelho direito às costas. Quando fui operado, o ligamento tinha recuperado, o menisco estava esmigalhad­o. Tiraram-me o menisco mas tinha-me provocado uma artrose que era considerad­a incurável. Como não tenho juízo e fui continuand­o a praticar futebol, com um joelho elástico, piorou.

Encarou a possibilid­ade de jogar profission­almente?

VL – Não. Quando estava no liceu ainda fui ao Benfica de Castelo Branco fazer um treino. Mas só fiz um. Era avançado e o treinador pôs-me a defesa-esquerdo. Depois, definiu a regra dos dois toques na bola. As vedetas davam os que queriam e ele não dizia nada. Eu dei três e ele marcou falta. Voltei-me para ele e disse: ‘Jogue você!’ Saí do campo e nunca mais lá voltei.

Na véspera da Revolução, o Sporting jogou em Magdeburgo na meia-final da Taça das Taças e perdeu (2-1). Soube do resultado? VL – Já não ouvi o relato, de certeza absoluta. A partir das 18 horas do dia 24 fiquei ligado ao que ia acontecer nessa noite e já não pensei em mais nada. Havia lá tempo para pensar em futebol [risos]! Ainda por cima, estava de oficial de serviço no quartel-general. Tive a curiosidad­e de saber o resultado mas não acompanhei.

No regresso, aequipa ficou retida na fronteira em Badajoz.

VL – Com o João Rocha, que era o presidente do Sporting. Mas aí ainda não o conhecia. Estabelece­mos relações a seguir ao 25 de Abril. Ficámos amigos até ao fim da vida dele. O Sporting tinha uma equipa

“FIZ UMA ROTURA DE LIGAMENTOS E UMA FRATURA DE MENISCO. PASSEI A ANDAR COM O JOELHO DIREITO ÀS COSTAS”

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