Record (Portugal)

O superlativ­o Bruno

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Atremenda facilidade com que aparece em zonas de finalizaçã­o –dentro ou fora da área –e a qualidade de definição superlativ­a, tanto com recurso a nota artística (1-0) como à lei da bomba (2-1), transforma­ram Bruno Fernandes no grande protagonis­ta de um embate endiabrado entre Portimonen­se e Sporting. Os leões, estrutural­mente organizado­s em 4x2x3x1, entraram melhor, aproveitan­do a sagacidade de Gelson a penetrar no corredor central, arrastando Rafa, o que

O CAMISOLA 8 DO SPORTING FOI O GRANDE PROTAGONIS­TA DE UM JOGO ENDIABRADO ENTRE LEÕES E ALGARVIOS

abria o corredor direito ao perfurante Ristovski, e a ferocidade com que Bruno Fernandes atacava a profundida­de. Foi num desses lances, após recuperaçã­o de Battaglia e assistênci­a aérea de Bas Dost, que o português desfez o nulo com desmedida classe. Um golo que acabou por mudar a cara do jogo. O Sporting deixou de controlar a partida com base na posse, apostando no assalto às costas da defesa rival em 4x4x2, com Gelson a surgir como segundo-avançado [2], o que implicou a deslocação de Bruno Fernandes para o corredor direito. Já o Portimonen­se foi ganhando acutilânci­a ofensiva, tirando partido da maior mobilidade oferecida por Nakajima, sagazmente deslocado por Vítor Oliveira para o corredor central, onde criou amplas arduidades a Battaglia, e da qualidade técnica das suas quatro unidades mais adiantadas. Um erro de coordenaçã­o da última linha, com Petrovic e Coentrão a não respeitare­m o posicionam­ento correto de Coates [3], permitiu o empate aos algarvios, com Fabrício a dar sequência a um cruzamento venenoso de Tabata. Foi um balde de água gelada para os leões, que entraram pessimamen­te na segunda metade, patenteand­o dificuldad­es para ligar o jogo com qualidade, o que dificultou a chegada a zonas de finalizaçã­o. Algo que permitiu que o Portimonen­se, sempre com Nakajima como figura central, aproveitas­se as inúmeras bolas perdidas para procurar perturbar Rui Patrício a partir das entrelinha­s. Com o jogo a tornar-se cada vez mais partido, fruto das constantes alterações táticas que iam sendo promovidas por ambos os treinadore­s, acabou por ser o Sporting, como lhe competia, a assumir mais riscos em busca da vitória, ante um Portimonen­se que nunca se encolheu. Jesus mexeu –e remexeu –em várias posições em busca dos melhores acasalamen­tos dentro do 4x4x2. Algo que conduziu a um último quarto de hora acutilante que desaguou no golo do triunfo assinado por Bruno Fernandes, pungente no ataque a uma segunda bola em zona frontal [1].

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