Record (Portugal)

“ADMIRO MUITO CRISTIANO RONALDO”

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Numa entrevista ao nosso jornal em 2009, na sua primeira participaç­ão na Volta ao Algarve, revelou que praticou atletismo e até futebol, como lateral-direito. Como chegou depois ao ciclismo? AC – Pratiquei futebol, porque os amigos tinham uma equipa e joguei bastantes anos, como lateral-direito, porque avançados já havia muitos [risos]. No atletismo tinha até muito jeito, em distâncias mais longas, era fundista, havia provas e eu competia. Mas o meu irmão, Fran Contador, praticava ciclismo num clube aqui em Pinto, os meus pais compraram-lhe uma bicicleta e eu fiquei com a que ele tinha. E quando subia na bicicleta fazia a diferença em relação aos da minha idade. Foi então que, aos 15 anos, fui para uma equipa pequena que havia aqui, na minha terra. Comecei no ciclismo relativame­nte tarde, com 15 anos, normalment­e acontece mais cedo.

Interessa-se por outros desportos? Vê pela televisão?

AC – Sim, gosto da maioria dos desportos e sigo-os com atenção.

E o futebol, que como referiu chegou a praticar, é um desporto que agora lhe interessa? Segue com atenção?

AC – Sim, gosto. Não sou um fanático, mas gosto de ver.

É natural e residente em Pinto, uma localidade muito próxima de Madrid. É adepto do Real Madrid? AC – Sim. O meu pai sempre foi um aficionado do Real Madrid. Por isso, desde pequeno que em casa se vê e fala dos jogos do Real. É a equipa da qual mais gosto.

Que pensa de Cristiano Ronaldo, umdos ícones de Real Madrid? AC – Tenho uma grande admiração por ele. Não por ser o futebolist­a que é, mas pelo desportist­aque é. O Cristiano é um exemplo de profission­alismo e dedicação ao trabalho. Os anos vão passando, e à medida que isso vai acontecend­o, tens de continuar a trabalhar, a ser profission­al, parate manteres ao máximo nível. E ele está a conseguir isso e, inclusive, até a um nível superior.

O Cristiano deixou a sua terra, a Madeira, muito jovem para ir para Lisboa jogar futebol... E chegou onde chegou.

AC - Há casos que não acabam no sucesso que tem o Cristiano. Ele conseguiu singrar na vida, com sacrifício­s, e hoje pode ajudar a sua família. São coisas que ajudam e estou certo que ele está muito orgulhoso de tudo o que conseguiu, de poder dar uma casa melhor à sua mãe ou ajudar os seus irmãos. Quando tudo é fácil na vida, não damos valor às coisas. O Cristiano dáporque teve de lutar e sacrificar-se por elas.

No Mundial de futebol, na Rússia, Portugal vai jogar com a Espanha. O meu país é campeão da Eu- ropa, o seu já foi campeão da Europa e do Mundo. Quem é favorito para esse jogo?

AC – Bem... será um jogo muito interessan­te e sendo na primeira ronda, o que posso desejar é que se apurem ambos para a fase seguinte.

O que vai ser o seu futuro?

AC – Por agoraestou­bastante entretido com várias coisas... Sou embaixador de várias marcas desportiva­s. Das bicicletas Trek, de óculos, roupa, e sou também embaixador da ASO [organizado­r do Tour] para di- ferentes eventos em vários países. Costa Rica, China, Japão...

E tem ainda uma fundação, com o seu nome, vocacionad­a para diferentes áreas...

AC – Ocupa-me grande parte do meu tempo. Está dividida em dois ramos. Um que se dedica ao Ictus, doença cerebral que me afetou em 2004. Tentamos que as pessoas conheçam um pouco mais sobre a doença, os sintomas, pois é fundamenta­l recorrer logo ao médico. É que uns segundos depois pode re- sultar em sequelas para sempre ou mesmo na morte. É a segunda causa de mortalidad­e em Espanha e a primeira nas mulheres. A outra vertente da Fundação é o ciclismo. Não só o de competição, temos agora uma equipa Continenta­l com a incorporaç­ão de Ivan Basso e o apoio da Trek, mas também temos escolas. Temos ainda uma outra variante, a de recolher bicicletas que já ninguém quer ou usa, colocamo-las como novas e depois damo-las a países com poucos recursos ou a instituiçõ­es em Espanha. As bicicletas podem ter uma segunda vida.

Chegou-se a falar há uns anos na possibilid­ade de o Alberto fazer uma equipa World Tour com Fernando Alonso. Ficou adiado esse sonho?

AC – Em 2010 esteve muito perto de acontecer, mas não voltámos a falar desse assunto. Mas, agora, o meuirmão Fran, Ivan Basso e eu estamos a trabalhar bem, sem pressa, com passos sólidos. Quemsabe se dentro de algumtempo não poderemos subir mais um degrau. *

“O REAL É A EQUIPA DE QUE MAIS GOSTO. O CRISTIANO É UM EXEMPLO DE PROFISSION­ALISMO E DEDICAÇÃO AO TRABALHO” “QUANDO TUDO É FÁCIL NA VIDA, NÃO DAMOS VALOR ÀS COISAS. O RONALDO DÁ PORQUE TEVE DE LUTAR E SACRIFICAR-SE”

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