Record (Portugal)

“Rui Costa devia apostar nas provas de um dia”

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O que pensa de Rui Costa? Pode ainda vir a ser um ciclista para uma Grande Volta, de poder lutar pelos primeiros lugares?

AC - É umcorredor com uma qualidade tremenda, compatível para provas por etapas e para clássicas, como o Mundial, como já o demonstrou. Quanto às provas de três semanas, talvez daqui a uns tempos possa gostar mais delas e isso fará com que possa estar na luta por um pódio. Mas se fosse ele, preferia concentrar-me mais nas provas de um dia, nas clássicas e até apostar nas etapas das Grandes Voltas em vez da classifica­ção geral.

O Sérgio Paulinho foi um dos seus mais fiéis companheir­os. Foram colegas durante muitos anos. Mas comoestáav­ossarelaçã­oagora? Ele regressou a Portugal, depois de não ter arranjado equipa paracontin­uar no World Tour. AC - Não tenho qualquer contacto com ele. E não o tenho, não por minha causa, mas porque ele decidiu dar uma entrevista a dizer que eu não o ajudei. Para mim, foi algo que me doeu, porque nos últimos seis/sete anos estivemos juntos e sempre procurei que fosse para as equipas onde eu estava. Mas ele não foi sensível em algumas situações. Após o Tour de Armstrong [2009], eu falei com Bjarne Riis para ele ir também para a Saxo Bank comigo. Ele preferiu ir com o Armstrong. No caso da Trek [2017], disse-lhe que não era possível ir comigo porque não havia lugar. Depois fez aquelas declaraçõe­s à imprensa, quando no dia anterior esteve a tomar um café tranquilam­ente comigo e após termos treinado. Não fazia sentido algum ter dito o que disse. Quando li fiquei muito surpreso, não sei se seria uma estratégia por parte do seu manager para tentar encontrar equipa. Penso que ele não pode estar orgulhoso do que disse. Eu tenho a consciênci­a super tranquila, lutei sempre para que tivesse os melhores contratos. O resto não depende de mim.

Que futuro tem o ciclismo, quando o pelotão está a perder as suas grandes referência­s. JoaquínRod­riguez jáse despediu,Alberto Contadorta­mbém, daqui a uns tempos será Alejandro Valverde, Vincenzo Nibali, Chris Froome. Hájovens hoje para viremaserc­omo estes campeões? AC – Creio que sim. No fundo é tudo uma questão de tempo e esperar que as gerações apareçam. Vemos que no futuro poderemos ter umciclismo de ataque, espetáculo­s nas etapas. Há jovens que podem vir a fazer isso. Por exemplo, na Colômbia já existem muitos valores que podem dar bom espectácul­o. Estou confiante que haverá bons ciclistas daqui a uns anos. *

“NÃO TENHO CONTACTO COM SÉRGIO PAULINHO PORQUE ELE DECIDIU DAR UMA ENTREVISTA A DIZER QUE NÃO O AJUDEI”

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