U M PELOTÃO P AR A BATER R EC O R D ES
Óscar Pereiro, vencedor do Tour em 2006, e o ex-campeão mundial Rui Costa também vão ‘passear’ pela região duriense
Com o ciclismo profissional a atravessar uma fase complicada em Portugal e os grandes nomes do ciclismo habitualmente longe das estradas nacionais - a Volta ao Algarve, no início da cada época, é a única prova que consegue atrair algumas das estrelas internacionais da atualidade -, a modalidade mostra, ao invés, visíveis sinais de vitalidade ao nível amador. O chamado ciclismo para todos tem crescido a olhos vistos nos últimos anos e as provas abertas têm proliferado. No próximo domingo, a região do Alto Douro recebe aquela que é a maior do género no nosso país, sendo es- perados mais de 3.000 ciclistas. E se Alberto Contador é o convidado especial e estrela desta 4ª edição, não faltarão outras figuras destacadas da modalidade e não só. “Este ano vamos bater todos os recordes. Tivemos mais de quatro mil candidatos e já temos três mil inscrições validadas. E haverá corredores de 23 países. E o processo de inscrição estará aberto até sexta-feira, dois dias antes da prova”, adianta Manuel Zeferino, antigo ciclista e ex-diretordesportivo, agora responsável pela empresa organizadora deste tipo de eventos. O vencedor da Volta a Portugal de 1981 - ganhou ainda várias outras como diretor desportivo - admite que “a presença de Contador também ajudou”, repetindo a aposta dos anos anteriores em atribuir o dorsal 1 a uma figura internacional. Em 2016 foi o italiano Francesco Moser, seguindo-se o também espanhol Óscar Freire em 2017, embora já antes tenham estado em Portugal nomes ainda mais sonantes, como Miguel Indurain e Pedro Delgado - estiveram ambos no Gerês Granfondo, igualmente organizado por Zeferino.
Outros craques
Mas Contador, que terminou a carreira em 2017, não será o único antigo vencedor do Tour que os participantes poderão (tentar) acompanhar. Aos 40 anos, Óscar Pereiro - com a desclassificação do norte-americano Floyd Landis, por doping, foi dele a vitória na Volta a França de 2006 - é outro ex-ciclista de renome que vai matar saudades das estradas lusas: natural da Galiza, Pereiro estreou-se no profissionalismo ao serviço da equipa portuguesa Porta da Ravessa, em 2000. O ‘nosso’ Rui Costa, campeão mundial em 2013, também vai responder ao desafio de pedalar na região duriense, tal como outros atuais e antigos profissionais, como Tiago Machado, Rui Sousa, Joaquim Andrade ou Venceslau Fernandes. Mas haverá participantes de outras áreas, como a atleta olímpica Jéssica Augusto. Entre paisagens arrebatadoras, em pleno Alto Douro Vinhateiro, Património da Unesco, milhares de ciclistas vão percorrer as estradas nas encostas durienses. “Apenas cerca de 20% deverão dar o máximo ao longo do percurso, pois a maioria vai ao seu ritmo. Isto é mais uma espécie de turismo desportivo, para aproveitar em companhia da família. Para muitos é a oportunidade para fazer umas férias na região”, sublinha Manuel Zeferino. *
SÃO ESPERADOS MAIS DE 3.000 CICLISTAS DE 23 PAÍSES NA MAIOR PROVA DO GÉNERO QUE SE REALIZA EM PORTUGAL