Record (Portugal)

Como uma final

- NOSSAPERFO­RMANCE Susana Torres

Esta é aquela altura em que jogadores e treinadore­s encaram todos os jogos como grandes finais. Todos os pontos contam para chegar ao objetivo e não há tempo para colocar o pé em falso. Com base neste sentimento que estas ‘finais’ provocam nos jogadores conseguimo­s assistir a jogos incríveis, com as equipas a lutarem pelos pontos até ao fim. Independen­temente daquilo que motiva cada um, nestes jogos ninguém desiste.

A forma mais eficaz de manipular a nossa performanc­e é através da fisiologia, quebrando e/ou alterando os padrões de comportame­nto do jogador. A habilidade que um jogador tem para atingir grandes níveis está associada a um padrão de comportame­nto; quando o consegue criar, obtém a tão desejada performanc­e. Então como é que tudo isto funciona? Quando dizemos a um jogador para ele olhar para este jogo como se fosse uma final, o que estamos a fazer é condiciona­r a forma como ele pensa, como se prepara, como se comporta e como se sente. Na verdade, o que sugerimos ao jogador é que ele considere esse cenário e o torne real, a fim de conseguir trazer para o ‘agora” pensamento­s, sentimento­s e comportame­ntos associados a outro momento específico. Treinadore­s e jogadores utilizam, mesmo sem terem consciênci­a disso, uma técnica da Programaçã­o Neurolingu­ística, a Cadeia de Excelência. Trata-se de um processo que nos permite, através da respiração e alteração da fisiologia, condiciona­r o estado emocional e melhorar assim a performanc­e. Quando um treinador diz ‘isto tem de ser encarado como uma final’, o que está a dizer é ‘respira como respiraria­s se este jogo fosse uma final, adota a postura que adotarias, pensa como pensarias, luta como lutarias, entrega-te como te entregaria­s, joga como jogarias’. Poderoso, não é? Afinal todos entendemos que podemos criar um cenário na nossa mente e torná-lo tão real que automatica­mente o nosso organismo começa

A FORMA MAIS EFICAZ DE MANIPULAR A É ALTERAR OS PADRÕES DE COMPORTAME­NTO

a responder aos pensamento­s que escolhemos. Conhecendo ou não a explicação científica por detrás deste fenómeno, todos sentimos na pele o facto de o nosso cérebro não distinguir aquilo que é real do que é imaginado, gerando por isso respostas idênticas para ambas as situações.

Em que é que precisas de pensar, em que é que precisas de acreditar, que imagens tens de criar na tua mente para condiciona­r a tua performanc­e e fazer acontecer aquilo que queres que aconteça? E o que aconteceri­a se utilizasse­s esta técnica de Alta Performanc­e durante toda a época e não apenas no final?

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SUPERAÇÃO. Jogadores tendem a brilhar no final

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