“Não há que fazer do jogo um bicho-papão”
ADEPTOS EM DELÍRIO À PARTIDA PARA A MADEIRA
As estatísticas e os historiais não marcam golos. No lançamento do importante embate desta tarde, com o Marítimo, Sérgio Conceição vincou que nada mais o preocupa do que aquilo que se passará nas quatro linhas, isto ainda antes de saber os resultados dos seus rivais ontem à noite. Pelo seu passado recente e pelo atual contexto competitivo, o duelo com insulares poderá mexer com o lado emocional do FC Porto, mas o técnico não vê razões para que os seus dragões se deixem limitar por um conhecido vilão das histórias infantis. “Temos de estar preparados para um jogo de dificuldade máxima, uma equipa que tem qualidade principalmente em sua casa, mas não temos de fazer disso um bicho-papão, pois o futebol é futebol, um jogo é um jogo. Eu nunca pego por essas coisas... Nem a estatística nem a história jogam os 90 minutos, somos nós a jogá-los. O ambiente, a atmosfera, as equipas e os treinadores são diferentes, por isso este jogo vai ter a sua história e a sua vida própria”, disse, lembrando que “na teoria fala-se de muita coisa, mas na prática por vezes as coisas são diferentes”: “Todos os jogos vão ser decisivos. Não podemos dizer que este o será, se depois perdermos os seguintes. Queremos os 9 pontos possíveis. Sabemos das dificuldades deste jogo, que serão diferentes das do próximo, mas temos de estar preparados para elas. Não se podem jogar dois ou três jogos de cada vez. A equipa está emocionalmente tranquila.” A provar essa serenidade, afirmou Sérgio Conceição, está o facto de o grupo “encarar este jogo da mesma maneira que os outros”, tentando prepará-lo “da melhor forma”. “Queremos vencer. Preparámo-lo com esse intuito, não foge à regra, sabendo que vamos encontrar uma equipa difícil, que principalmente jo- gando em casa complica muito a vida aos adversários. Temos de estar preparados para essas dificuldades”, notou.
Manter a identidade
Ainda que o momento da época não aconselhe falhas, o treinador não quer ver nada novo da sua equipa, quer apenas um FC Porto igual a si próprio. “Não pensamos sobre o que temos de fazer melhor ou pior nesta reta final, pensamos no que temos de continuar a fazer de acordo com o que fizemos ao longo do ano. Ser uma equipa forte, muito coesa, muito compacta, com uma dinâmica muito forte em termos ofensivos. Continuar com uma humildade grande e saber também o que temos de fazer sem bola, pois há muitos momentos desses”, referiu, numa análise à estratégia para a partida, que em momento algum será al- terada pela vantagem pontual com que o FC Porto entrou em campo esta jornada: “Ninguém prepara jogos para empatar. Nem pensamos nisso. Só pensamos em ganhar os jogos que faltam.” Garantir todos os pontos em disputa garantirá o título ao FC Porto, um objetivo que, admitiu Sérgio Conceição, poderia estar já mais próximo. “Se virmos os erros que interferiram em resultados finais, penso que o FC Porto poderia ter mais alguns pontos em função do que foram os erros de arbitragem, OK? Mas acho que o campeonato está a ser competitivo, há quatro equipas que ainda podem chegar ao título”, disse Conceição, que não encerrou a conferência de imprensa sem uma nota de humor: “O Obama vem ao Porto, não é? Acho que vai ficar fechado em julho. Temos aí uma aquisição excecional!” *