Record (Portugal)

“Não há que fazer do jogo um bicho-papão”

ADEPTOS EM DELÍRIO À PARTIDA PARA A MADEIRA

- ANDRÉ MONTEIRO

As estatístic­as e os historiais não marcam golos. No lançamento do importante embate desta tarde, com o Marítimo, Sérgio Conceição vincou que nada mais o preocupa do que aquilo que se passará nas quatro linhas, isto ainda antes de saber os resultados dos seus rivais ontem à noite. Pelo seu passado recente e pelo atual contexto competitiv­o, o duelo com insulares poderá mexer com o lado emocional do FC Porto, mas o técnico não vê razões para que os seus dragões se deixem limitar por um conhecido vilão das histórias infantis. “Temos de estar preparados para um jogo de dificuldad­e máxima, uma equipa que tem qualidade principalm­ente em sua casa, mas não temos de fazer disso um bicho-papão, pois o futebol é futebol, um jogo é um jogo. Eu nunca pego por essas coisas... Nem a estatístic­a nem a história jogam os 90 minutos, somos nós a jogá-los. O ambiente, a atmosfera, as equipas e os treinadore­s são diferentes, por isso este jogo vai ter a sua história e a sua vida própria”, disse, lembrando que “na teoria fala-se de muita coisa, mas na prática por vezes as coisas são diferentes”: “Todos os jogos vão ser decisivos. Não podemos dizer que este o será, se depois perdermos os seguintes. Queremos os 9 pontos possíveis. Sabemos das dificuldad­es deste jogo, que serão diferentes das do próximo, mas temos de estar preparados para elas. Não se podem jogar dois ou três jogos de cada vez. A equipa está emocionalm­ente tranquila.” A provar essa serenidade, afirmou Sérgio Conceição, está o facto de o grupo “encarar este jogo da mesma maneira que os outros”, tentando prepará-lo “da melhor forma”. “Queremos vencer. Preparámo-lo com esse intuito, não foge à regra, sabendo que vamos encontrar uma equipa difícil, que principalm­ente jo- gando em casa complica muito a vida aos adversário­s. Temos de estar preparados para essas dificuldad­es”, notou.

Manter a identidade

Ainda que o momento da época não aconselhe falhas, o treinador não quer ver nada novo da sua equipa, quer apenas um FC Porto igual a si próprio. “Não pensamos sobre o que temos de fazer melhor ou pior nesta reta final, pensamos no que temos de continuar a fazer de acordo com o que fizemos ao longo do ano. Ser uma equipa forte, muito coesa, muito compacta, com uma dinâmica muito forte em termos ofensivos. Continuar com uma humildade grande e saber também o que temos de fazer sem bola, pois há muitos momentos desses”, referiu, numa análise à estratégia para a partida, que em momento algum será al- terada pela vantagem pontual com que o FC Porto entrou em campo esta jornada: “Ninguém prepara jogos para empatar. Nem pensamos nisso. Só pensamos em ganhar os jogos que faltam.” Garantir todos os pontos em disputa garantirá o título ao FC Porto, um objetivo que, admitiu Sérgio Conceição, poderia estar já mais próximo. “Se virmos os erros que interferir­am em resultados finais, penso que o FC Porto poderia ter mais alguns pontos em função do que foram os erros de arbitragem, OK? Mas acho que o campeonato está a ser competitiv­o, há quatro equipas que ainda podem chegar ao título”, disse Conceição, que não encerrou a conferênci­a de imprensa sem uma nota de humor: “O Obama vem ao Porto, não é? Acho que vai ficar fechado em julho. Temos aí uma aquisição excecional!” *

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Marítimo FC Porto
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