TIRO DE GÉNIO
BRUNO FERNANDES FEZ UM JOGÃO, BISOU E COLOU LEÃO ÀS ÁGUIAS
JORGE JESUS “Responsabilidade agora é do Benfica”
VÍTOR OLIVEIRA “Para mim o Bruno é o melhor jogador da liga”
O Sporting saiu ontem do Algarve com os três pontos que deixam o dérbi em ponto de rebuçado, e se há ideia a reter quanto à justiça do resultado, é que o Portimonense valorizou, e muito, a vitória dos leões.
Foi para os homens de Jorge Jesus uma exibição à medida de um final de época no limite das forças: uma primeira parte positiva e dinâmica, com claro domínio sobre o adversário mas nem por isso traduzido em superioridade (1-1); um regresso do intervalo no mínimo penoso, do ponto de vista físico, e que só não teve maiores custos porque Nakajima, à sua conta, desperdiçou quatro situações de golo com remates falhados.
O jogo só voltou a mudar a par- tir do momento em que Jorge Jesus mexeu na equipa, principalmente quando fez entrar o ‘camaleão’ Misic para baralhar (as marcações) e dar de novo. Mas o facto é que o tempo se encarregou de provar que isso, por si só, não bastaria para mudar a sorte, até porque do banco não saíram (nem existiam) soluções providenciais.
E dura, dura, dura...
A acabar, como a começar, a diferença esteve nos pés do suspeito do costume ou, se preferirmos, e com igual propriedade, no verdadeiro dono disto tudo do futebol do Sporting. Tem sido assim desde agosto e, chegados quase a maio, Bruno Fernandes pode estar esgotado (e está) mas mantém aquela centelha que faz os grandes jogadores e que ajuda a resolver jogos em pormenores. Não que o coletivo não tenha correspondido, porque isso aconteceu pelo menos enquanto houve pernas, mas porque foi da qualidade individual do médio que nasceram os dois golos que construíram a vantagem.
O primeiro comumtoque artístico sobre Leo, a concluir assistência de Bas Dost, após passe longo de Battaglia, tudo no jogo aéreo; o segundo com um remate indefensável, de fora da área, depois de uma incursão de Acuña pela esquerda, que Rúben Fernandes teve a infelicidade de desviar parao sítio errado. Ao minuto 89, dificilmente o Sporting teria escapado ao empate. Ou a pior destino, já que o Portimonense fez por merecer outro desfecho.
Prémio e castigo
Entre o que foi e o que podia ter sido, o Sporting também tem razões para se lamentar. Logo aos 2 minutos, depois de um passe de Bryan Ruiz, na sequência de canto, Battaglia teve o golo na cabeça. Leo fez a primeira de um conjunto de defesas decisivas e foi adiando as investidas do Sporting, até Bru-
no Fernandes abrir o marcador, aos 23’. A vantagem foi gerida com serenidade e até podia ter sido ampliada mas, sem que nada o fizesse prever, apesar de procurar repartir o jogo, o Portimonense voltou à vida com um golo de Fabrício. Mérito ao cruzamento teleguiado de Tabata, ontem o melhor dos algarvios em campo, e à leitura do avançado, que soube ganhar a posição a Coentrão e Petrovic, depois de Coates o ter colocado em posição legal. Ao intervalo, o 1-1 era um prémio para a atitude positiva do Portimonense mas penalizava a superioridade do Sporting. E uma grande jogada de Bruno Fernandes ficou a dever uma finalização à altura de Bryan Ruiz.
Quem não mata...
O descanso, por contraditório que pareça, fez mal aos leões. A equipa regressou para a segunda parte sem ar, sem pernas, sem ideias e com pouco mais do que um enorme coração para querer dar a volta. Bruno Fernandes, quem mais?, ainda falhou uma emenda de cabeça à boca da baliza mas, pelo meio, o Portimonense teve cinco oportunidades de passar para a frente. Não o fez, Gelson ameaçou, e Bruno concretizou mesmo o 2-1 para o Sporting. A Champions está à distância de um... dérbi. *