Record (Portugal)

PEDRO SOUSA EM GRANDE

Lisboeta derrotou Gilles Simon, ex-top 10 ATP, numa das batalhas mais memoráveis da carreira. “Achei que ia ficar ali estatelado”, confessou

- JOSÉ MORGADO

Tentei sobreviver e prolongar, prolongar… até chegar ao fim e ganhar.” Pedro Sousa, número três nacional e 143º ATP, resumiu de forma perfeita uma das vitórias mais importante­s da carreira, que o colocou na segunda ronda do Millennium Estoril Open pela primeira vez na carreira, tornando-se o primeiro tenista da casa a atingir o top 16 nesta edição da prova. O lisboeta de 29 anos, um dos maiores talentos da história do ténis luso que viu sempre a sua carreira ser travada por uma série de (graves) problemas físicos, bateu na primeira ronda o francês Gilles Simon, ex-top 10 mundial mas agora no 70º posto da hierarquia ATP, por 6-3, 4-6 e 7-6(4), numa maratona apenas resolvida ao cabo de 2h48. Foi a sua segunda vitória da carreira em quadros principais ATP e a primeira com match points, já que em 2017 beneficiou da desistênci­a do francês Paul-Henri Mathieu na primeira ronda deste mesmo evento.

Pedro Sousa entrou melhor no encontro. Venceu o primeiro set com relativa facilidade e teve opor- tunidades para se adiantar com break de vantagem na segunda partida, que nunca conseguiu aproveitar. Ainda que longe do seu melhor ténis, Simon foi mostrando a espaços a razão pela qual já conta com 13 títulos ATP no seu palmarés (o último dos quais este ano, no torneio de Pune, em janeiro) e, mesmo sem ser brilhante, levou Sousa completame­nte aos limites em termos físicos. O lisboeta começou a sentir cãibras a meio do terceiro set e, apesar de ter mantido um elevado nível de jogo, foi obrigado a encurtar os pontos de forma a tentar poupar o seu corpo. Acabado de recuperar de uma lesão abdominal, que chegou a colocar em causa a sua vinda ao Estoril, Sousa aguentou todas as dores e só foi ‘ao chão’ após concluir o encontro a seu favor.

“No início do 3º set começaram a prender-me as pernas e eu tentei aguentar ao máximo. Felizmente deu até atirar a bola para fora [do estádio, depois de ganhar] e tive, nessa altura, de me deitar porque não aguentava mais. Tentei sobreviver até dar. Achei que ia ficar estatelado a qualquer momento, nunca pensei que chegaria ao fim”, confessou Sousa no final, antes de esclarecer que as cãibras nada tiveram a ver com a lesão abdominal. “A única coisa que posso dizer é que o abdominal está tão mal quanto o resto do corpo. Comecei só a treinar no final da última semana porque tive de descansar para recuperar da lesão e isso fez com que não estivesse tão bem preparado fisicament­e para um jogo tão longo, mas aguenteime bem dentro do possível e uma coisa acabou por não ter nada a ver com a outra”, assegurou. *

ESTA É A SEGUNDA VEZ QUE PEDRO SOUSA PASSA UMA RONDA NUM TORNEIO ATP, DEPOIS DO ESTORIL OPEN 2017

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