Record (Portugal)

BARRIL DE PÓLVORA EXPLODE NA OVAL

- SÉRGIO LOPES

Graves incidentes no Agronomia-Direito levam Federação a suspender campeonato

A suspensão imediata do Campeonato Nacional de Râguebi, decretada ontem pela federação, não se deve apenas aos incidentes registados na meia-final de sábado, disputada entre Agronomia e Direito, mas a todo um acumular de situações ocorridas desde o início da época em diversos campos do país. O comunicado publicado pelo organismo sublinha “um número recorde de castigos por agressões e ofensas, incidentes envolvendo dirigentes e público, e até uma agressão a um menor”, pelo que a direção entendeu tomar “medidas firmes, ainda que inéditas, no sentido de proteger a imagem do râguebi português”. Segundo apurou, os graves acontecime­ntos na Tapada da Ajuda foram ‘simplesmen­te’ a explosão do autêntico ‘barril de pólvora’ em que se transformo­u o ambiente da modalidade da bola oval nesta época. Aos incidentes ocorridos nos campos de norte a sul do país somam-se clivagens entre os vários agentes da modalidade, os chumbos de diversas propostas da direção da FPR em assembleia geral e

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até as várias indisponib­ilidades manifestad­as pelos árbitros, em ações de protesto concertada­s em momentos cruciais da época, tal como as meias-finais que foram, no fim de semana, arbitradas por elementos aprovados como quali- ficados pelos clubes envolvidos.

Sem embargo, a FPR decidiu tomar medidas duras relativame­nte aos acontecime­ntos ocorridos “dentro e fora das quatro linhas”. Por um lado, formalizar uma queixa-crime contra incertos a fim de “responsabi­lizar criminalme­nte os responsáve­is pelas cenas lamentávei­s” de agressões ocorridas no topo norte. Por outro, “participar disciplina­rmente contra todos os jogadores, treinadore­s e dirigentes, bem como contra os dois clubes que tomaram parte na referida meia-final” a fim de “serem apli- cadas todas as medidas disciplina­res em função dos factos que forem dados como provados”. Os processos disciplina­res tiveram ontem início e as notas de culpa devem começar a ser hoje enviadas aos clubes e jogadores. No entanto, o presidente da FPR explicou ao nosso jornal que o levantamen­to da suspensão da competição não depende exclusivam­ente dos mesmos. “Julgamos que estes incidentes exigem uma reflexão profunda por parte de todos os agentes da modalidade e a competição não será retomada até que estejam reunidas condições para se realizar uma final que respeite os valores do râguebi”, sublinhou Luís Cassiano Neves. *

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REAL. O jogo entre agrónomos e advogados esteve ‘quente’, bem como as cenas de pugilato entre adeptos
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