O nosso Plano A
O futebol profissional deu um sinal de vitalidade ao votar favoravelmente o novo ciclo das equipas B, até 2020. Trata-se de um espaço que na Liga Portugal é tido como fundamental para o aproveitamento do jovem jogador, que se debatia anteriormente com um hiato competitivo, por vezes irreversível, entre o escalão de juniores e o futebol sénior. Este é o aspeto mais relevante, mas outros há, como o financeiro, que não devem ser renegados para segundo plano.
Nos últimos cinco anos, as equipas B ajudaram a um encaixe de 375 milhões de euros com a marca de transferências de jogadores para o estrangeiro. Um número estratosférico para o futebol português e que assume maior importância, tratando-se de um país exportador. Só na temporada que está prestes a terminar, houve uma faturação de 132 milhões de euros, correspondentes à venda de nove jogadores que, anteriormente, atuaram em formações secundárias, e agora jogam além-fronteiras.
Nãofalardoespaçocompetitivo queojovemjogadorportuguês encontranasequipasB seria ignorar um claro sinal dado nos últimos anos. Tem sido inequivocamente ali que ganham espaço, ao terminarem a sua formação. E conquistam também maturidade, ao defrontarem jogadores com mais idade e maior experiência, fatores que obrigam os mais novos a serem, necessariamente, mais profissionais. O campeonato de sub23, que agora nasce e que saudamos na Liga, não é, não pode ser (!), uma sombra às equipas B. São provas complementares, com diferentes graus de importância, que se colocam em escalões separados para os muitos e bons jogadores existentes na formação dos nossos clubes.
GanhamostodoscomapermanênciadasequipasB. Ganha a Liga, com um campeonato da LEDMAN Liga Pro mais competitivo e apetecível; ganham os clubes que têm, comprovadamente, mais notoriedade, quer em transmissões televisivas quer em espaço mediático conquistado na imprensa, e possibilitam aos atletas a proximidade às equipas principais; ganham os jogadores, que amadurecem em ambiente profissional. Ganha o futebol português.