Muito mais do que a honra
Record publicou os valores estratosféricos que a próxima Liga dos Campeões vai dar aos clubes que consigam entrar na fase de grupos. Para as equipas portuguesas apontam-se verbas superiores a 40 milhões (para FC Porto e Benfica) e 20 milhões (para o Sporting). Isto, só para começar, porque o prémio de vitória passará a valer 2,7 milhões.
Sabendo-se que a entrada direta no clube dos multimilionários só está garantida ao campeão, não admira quão desejado era este título e como o 2.º lugar se torna precioso. Daí a importância do dérbi de sábado (e, atenção, que o Sp. Braga continua vivo nesta equação). Ser segundo é muito mais do que um título de honra. Há milhões de razões que o justificam.
Imaginemos o cenário favorável de termos dois clubes na Liga dos Campeões. É uma grande festa. Não será para quem não o conseguir, pois partirá para a nova época comum ‘gap’ para os rivais que pode ter consequências nas suas próprias finanças e para o nível competitivo do campeonato português.
Infelizmente, essa diferença está a acentuar-se entre ricos e… pobres. A classe média encontra-se em vias de extinção. Os 27 pontos que separam o 4.º do 5.º classificado provam-no. Não há outra Liga na Europa com um fosso tão grande. Preocupante.